Financiar um imóvel próprio ou continuar morando de aluguel e aguardar um pouco mais? Entre uma opção ou outra, os especialistas ficam com uma alternativa mais conservadora: aguardar os próximos passos da economia brasileira antes de decidir.
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Um dos principais fatores para a cautela é a iminente troca no Ministério da Fazenda, que deve indicar se a inflação vai subir ou cair no próximo ano. Para quem não aguenta mais viver de aluguel, a dica principal é economizar o máximo possível para evitar uma prestação muito mais cara que a locação.
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O paranaense Ederson Benitez representa o perfil médio do comprador de imóvel de Florianópolis. Com 32 anos, é casado e tem um filho de sete anos. Ele já começou a procurar apartamento para financiar, mas não tem pressa porque já sabe que a prestação não pode sair do orçamento da família.
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– Já temos um outro apartamento que compramos em 2004, mas ele fica em São Paulo e não pretendemos vender agora porque é uma garantia de investimento certo. Moramos há um ano em Florianópolis e estamos procurando aqui desde então, mas o nosso objetivo é juntar pelo menos 20% do valor do imóvel e financiar em meados de 2015 – diz Benitez.
O perfil de morador que a Capital atrai é bem variado e isso movimenta o mercado de aluguel de imóveis, explica Leandro Ibagy, vice-presidente de Locação do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação de Imóveis de Florianópolis (Secovi). Ele aposta que o índice usado para reajuste de aluguel, o IGP-M, que ficou em torno de 3% este ano, deva ficar na mesma faixa em 2015.
– Temos vários pontos positivos que deixam a cidade em posição privilegiada. Por exemplo, Florianópolis é muito procurada pela qualidade de vida, então isso traz muitos idosos. No entanto, também temos as universidades que atraem um público mais jovem. Isso sem comentar o mercado de imóveis de luxo – diz Ibagy.
Sacrifício para a compra do primeiro imóvel vale a pena, diz especialista
De acordo com o consultor financeiro e professor de administração da Univali, Crisanto Soares Ribeiro, o sacrifício para a compra do primeiro imóvel vale a pena. No entanto, o momento de instabilidade econômica pós-eleição não é o ideal para investir.
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– Há opções de investimentos que rendem mais do que um imóvel. Um exemplo é o tesouro direto, que rende 10% ao ano. Quando se fala em imóvel, a valorização acaba não sendo real, pois se um apartamento que foi comprado por R$150 mil vale R$ 200 mil, você só terá a diferença no bolso se vender o imóvel – diz.
Nos últimos meses, a economia viveu uma gangorra por causa da eleição presidencial. Por isso, o consultor orienta que os investidores aguardem a definição do Ministro da Fazenda, antes de decidir pela compra de um imóvel:
– Se o nome escolhido agradar o mercado, provavelmente teremos uma retração da inflação. O mais indicado é esperar.
Veja abaixo duas simulações
Responsável por cerca de 90% dos financiamentos imobiliários da Grande Florianópolis, a Caixa Econômica Federa realizou mais de 9 mil negociações em 2014 na região, sendo a metade pelo Minha Casa Minha Vida, que deve ter uma terceira edição em 2015. O gerente Regional de Construção Civil da CEF, Marcelo Moser, lembra uma regra básica para quem pensa em sair do aluguel: fazer as contas para não pagar mais na prestação do que já paga na locação. O ideal é entrar no financiamento com entrada de pelo menos 35% do imóvel. Veja abaixo duas simulações de compras:
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1) Se o imóvel for adquirido pelo programa Minha Casa Minha Vida: juros até 4,5%
Casa/Apartamento até R$145 mil
Entrada: 10%
Renda familiar de até 2 salários mínimos, financiamento em 30 anos: prestação de R$ 450 mensais, parcelas decrescentes
Aluguel médio: R$ 500
2) Financiamento normal: juros em torno de 8%
Casa/Apartamento de dois dormitórios até R$300 mil
Entrada: 35%
Renda familiar de até 7 salários mínimos, financiamento em 30 anos: prestação de R$ 1,6 mil mensais, parcelas decrescentes
Aluguel médio: R$ 1.700