O número de imóveis novos na região da Grande Florianópolis impressiona, mas ainda há uma forte demanda pelos usados ou de terceiros. Esse tipo de propriedade pode ser a solução para quem procura casas ou apartamentos com preços mais acessíveis em regiões que têm poucas opções de lançamentos.
Continua depois da publicidade
É o caso do engenheiro mecânico Arthur Besen Soprano, 26 anos, que decidiu adquirir seu primeiro imóvel neste ano. A busca começou em julho e terminou em setembro, quando ele encontrou um apartamento usado em Jurerê, no Norte da Ilha de SC.
– A gente queria um imóvel à pronta-entrega e os novos estavam com preço muito elevado – conta.
Segundo ele, mesmo com a necessidade de fazer uma reforma, o custo-benefício do usado compensou. Soprano afirma que optou por Jurerê porque o bairro apresenta um estilo diferente, é próximo do seu trabalho e o trânsito é mais tranquilo.
O diretor-comercial da Brognoli Vendas, Marcos Alcauza, destaca que a demanda por imóveis usados cresceu cerca de 10% a cada 12 meses nos últimos anos, enquanto a valorização aumentou em média 12% no mesmo período. Para ele, a tendência é que esse ritmo se intensifique nos próximos anos por causa do grande número de lançamentos de prédios.
Continua depois da publicidade
Presença de investidores na Ilha aquece o mercado
– O imóvel novo de hoje é o usado de amanhã – avalia.
Para o diretor-comercial da Guerreiro Imóveis, Nestor Duarte, a venda de usados está “bem aquecida” na Capital principalmente em função da presença de muitos investidores. Além disso, ele aponta que muitas vezes esse tipo de imóvel é a opção mais acessível para o cliente.
– Há poucos lançamentos no Centro de Florianópolis, e os poucos que existem são para a classe AA. Então, o imóvel de terceiro é a opção mais viável de compra – avalia.
Duarte acrescenta que o bairro Trindade, na Ilha, e a região continental de Florianópolis, em especial o Estreito, registram forte demanda por imóveis usados. Ele cita que o diferencial desses imóveis é o tamanho, muito maior se comparado aos apartamentos novos.
Para o gerente da Invista Negócios Imobiliários, Osório Batista, a demanda por imóveis usados é baseada no tripé preço, localização e entrega imediata. Mas ele ressalta que o comprador deve ficar atento à documentação do imóvel e se ele está registrado no cartório.
Continua depois da publicidade
>>> O que analisar
Documentação do imóvel, que deve estar regularizada.
Fazer uma avaliação técnica do edifício, tempo de construção e o estado de conservação da propriedade.
Visitar a casa ou apartamento em diferentes horários e dias para verificar itens como a segurança.
No caso de haver necessidade de reforma, o valor gasto deve ser considerado para analisar o custo-benefício.
Conversar com moradores e comerciantes da região também é importante
Outra dica é pesquisar se a área costuma ter problemas com enchentes
Procure verificar também o valor da taxa de condomínio e quantas vagas de garagem estão disponíveis
Financiamento
Há diversas opções de financiamento imobiliário para imóveis usados.
Na Caixa Federal, principal banco do país na concessão de crédito imobiliário, há modalidades para financiamento de imóveis residenciais em até 35 anos.
Confira as opções em www.caixa.gov.br/habitacao/aquisicaoresidencial/usado/index.asp
Preço médio
A desvalorização do imóvel em geral é de 1,5% ao ano. Com 20 anos de uso, ela pode chegar a 30%. Isso significa que se o imóvel é vendido por R$ 500 mil, o usado de igual padrão e 20 anos de uso será vendido por aproximadamente R$ 350 mil. Mas os valores mudam de acordo com a região.
Continua depois da publicidade
Fonte: Marcos Alcauza, diretor-comercial da Brognoli