Na avaliação do professor de Sociologia da Furb, Nelson Garcia, manifestar-se contrário ao aumento salarial pode ser uma atitude que se transforma em capital político, ou seja, em votos nas próximas eleições. Hoje falar em aumento nesse meio é interpretado como uma afronta pelos trabalhadores, que não recebem um reajuste maior do que a inflação, afirma:
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– É bem natural da política que eles se posicionem contra qualquer aumento nesse momento. Quando forem para a campanha, vão dizer que são contra o aumento, que o trabalho deles é para a comunidade e isso se reverte em capital político.
::: Vereadores de Blumenau são contra aumento de salário para a próxima legislatura
O cenário atual tem feito com o que os políticos pensem duas vezes antes de assumirem posições polêmicas, salienta o doutor em Sociologia e professor da pós-graduação em Desenvolvimento Regional da Furb, Oklinger Mantovaneli Junior.
– O grau de radicalidade que a política tem ocupado e o acirramento da disputa dentro do próprio sistema têm feito com que os políticos tomem determinados cuidados, para não se expor além do necessário – avalia.
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Em 2011, aumento às escuras
A sessão que aumentou o salário dos parlamentares para a legislatura de 2013 foi convocada extraordinariamente, sem aviso à população e sem transmissão da TV Legislativa. Na época, os vereadores justificaram a manobra como a melhor saída para juntar todos, antes que saíssem para as festas de fim de ano, em dezembro de 2011. Por unanimidade, aumentaram os salários em 35%.
Na legislatura anterior os parlamentares também se movimentaram para aumentar os salários em 2007 e chegaram a aprovar 60% de aumento, mas depois pediram para o então prefeito João Paulo Kleinübing (PSD) vetar o projeto.