Para especialistas em segurança pública, a mobilização geral em torno do tema não é relevante apenas pela representatividade do movimento, mas também pela discussão qualificada que deve começar a partir disso. Mestre em Teoria e Filosofia do Direito, o professor Rodrigo Mioto dos Santos afirma que a iniciativa proporciona o debate das causas da violência e o que deve e pode ser feito para melhorar esse cenário:
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– A insegurança é um problema grave e a união das entidades tem maior poder de barganha para pressionar os órgãos públicos. E o ano eleitoral sem dúvida favorece essa mobilização, para que tenhamos propostas efetivas dos candidatos nessa área, em relação a superlotação carcerária, efetivo policial, falta de investimentos, entre outras questões.
Mestre em Ciência Jurídica, o professor Alceu de Oliveira Pinto Junior acredita que a onda de assaltos, principal motivador para a reação organizada das entidades, é fruto da ação policial em anos anteriores. Ele explica que com o foco no combate ao tráfico de drogas, em um primeiro momento os traficantes foram para outros pontos da região e, agora, estão migrando para outro tipo de crime.
– Aqueles que viviam do tráfico agora estão assaltando. E o assalto é muito mais próximo da população em geral do que o tráfico de drogas, por isso essa mobilização acontece – detalha.
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Alceu argumenta também que, além de cobrar a atuação ostensiva no combate ao crime, a sociedade precisa sempre fazer sua parte, olhando o problema pelo ângulo da prevenção:
– As entidades, os sindicatos e os moradores devem participar dos conselhos comunitários, conselhos de segurança, projetos sociais e de ações educativas. Isso é evitar que a criminalidade aconteça.
Trabalhos neste sentido já existem na região e o objetivo é que eles sejam ampliados e fortalecidos a partir deste debate entre as entidades.
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– Queremos criar uma mentalidade de segurança, levar a discussão a todos. A ideia é conseguir, junto com os diversos órgãos, olhar a médio e longo prazo, com atitudes que sejam permanentes e foquem no aspecto social como prevenção – opina o presidente da Associação Empresarial de Navegantes, Osmari de Castilho Ribas.