Três assaltos por dia em Balneário Camboriú e aumento de 72,5% no número de roubos nos primeiros quatro meses do ano em Itajaí. Comprovada por estatísticas como estas, a sensação de insegurança é cada vez maior no Litoral Norte catarinense – e a realidade violenta tem mobilizado de forma poucas vezes vista a sociedade civil organizada da região. Liderado por entidades de classe e impulsionado pelo crescimento da criminalidade, o movimento ganha corpo apostando na união de forças e na oportunidade que as eleições podem trazer.

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A onda de violência foi o ponto de partida para que diversos encontros fossem marcados, gerando pautas de reivindicações e um consenso: a representatividade das associações e sindicatos é fundamental para cobrar ações do governo do Estado, como melhorias nas condições e efetivos das polícias Civil e Militar em Santa Catarina. O entendimento geral é de que a sociedade civil e a iniciativa privada fazem a sua parte, pagando impostos e muitas vezes auxiliando o poder público por meio de parcerias.

– Simplesmente aguardar por uma ação do Estado, que é o responsável pela segurança, é muito demorado. Juntas as entidades são mais fortes e precisamos cobrar políticas públicas de segurança – destaca o presidente da Intersindical Patronal de Itajaí, Maurício Cesar Pereira.

A avaliação é semelhante no Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) de Balneário Camboriú. Para Hélio Dagnoni, presidente da entidade, o poder público precisa acompanhar a demanda e isso não vem acontecendo no litoral.

– Uma empresa, quando cresce, coloca mais funcionários. O governo do Estado deveria fazer o mesmo em relação ao número de policiais – pondera.

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Eleições

O pedido mais recorrente das entidades é sobre a defasagem no efetivo da Polícia Militar e o período pré-eleitoral no Brasil é outro ponto visto como importante para a mobilização de todo o Litoral Norte. Com a votação em outubro, este momento em que os políticos voltam as atenções para as comunidades é considerado a oportunidade ideal para cobrar e pressionar as autoridades.

– Agora é a hora em que os políticos vêm perguntar o que a população está precisando e acredito que se todos nos engajarmos regionalmente, o resultado será mais efetivo, mais próximo do ideal – avalia o presidente da Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú (Acibalc), Nelson de Oliveira.