Currículo pronto, intenções na cabeça e muita vontade para dar o start. A estudante Elen Cristina Dorneles, de 23 anos, entrou na fila do emprego temporário em Florianópolis e já começou a luta para conquistar uma das vagas que abrem, todos os anos, para atender as demandas da temporada de verão. Para a temporada 2017/2018, as chances são positivas. De acordo com uma pesquisa da Fecomércio SC, devem ser abertas cerca de 8 mil vagas nos setores de serviço e comércio no Estado. E Elen quer conquistar uma delas.
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Aluna da UFSC, a estudante se mudou para a Capital neste ano. Veio de São Paulo (da capital também) para estudar Geografia. O primeiro semestre, contou, foi bastante corrido e ela não pôde arranjar um emprego por conta das aulas. Mas com a chegada das férias estudantis, quer colocar a mão na massa. Até porque precisa de uma grana extra para sobreviver ao alto custo de vida de Florianópolis.
— Minha família me ajuda às vezes. Mas não é uma garantia financeira que tenho todos os meses. Por isso um emprego temporário, no verão, vai me ajudar demais. Nem pretendo voltar nas férias para São Paulo. Quero ficar e trabalhar. Seja de dia, de noite, feriado, fim de ano — disse a estudante.
De acordo com a pesquisa da Fecomércio, intitulada Trabalhadores temporários no comércio – Temporada de Verão de 2018, realizada com 398 empresas entre o período de 13 a 17 de outubro, em sete cidades de Santa Catarina (Florianópolis, Itajaí, Blumenau, Joinville, Criciúma, Lages e Chapecó), as expectativas com vendas para o Natal e movimento para a temporada para este ano estão melhores, o que pode dar à Elen, por exemplo, e a tantos outros que buscam um emprego temporário, boas perspectivas. Dos quase 400 empresários entrevistados para a pesquisa, 37,9% afirmaram que pretendem ampliar o quadro de funcionários no fim do ano. Em 2016, apenas 28,2% disseram que contratariam mão de obra extra para a temporada.
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A entidade projeta a criação de aproximadamente 2,5 mil vagas temporárias formais no comércio e 5,5 mil no setor de serviços, com contrato de trabalho por tempo determinado, totalizando 8 mil vagas. Na temporada de 2017 foram criadas 1.320 vagas no comércio e 4.786 nos serviços, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
Três funcionários por estabelecimento
A pesquisa ainda identificou o número médio de trabalhadores que serão contratados pelas empresas: 2,95 funcionários temporários. O mês no qual ocorrerá o maior número de contratações será novembro, com 46% das respostas dos empresários. O mês em que mais vão se encerrar contratos deverá ser dezembro (45,5%), após o Natal, e janeiro (40%). É possível afirmar que a maior parte das contratações se dará para as vendas de Natal.
Quanto à forma de contrato, o modelo por tempo determinado foi majoritariamente citado (70,3%). Por outro lado, 29,7% dos empresários vão contratar apenas freelancer para a temporada 2018.
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Uma boa notícia: para a maioria (80,1%) das empresas existe a possibilidade de o colaborador ser contratado definitivamente. Para 18,5% dos entrevistados, a chance de efetivação está descartada e 1,3% não souberam informar ou não responderam.
Aumento pode estar ligado à melhoria do cenário econômico
A recuperação da economia pode estar dando aos empresários mais otimismo para a contratação na temporada. Os segmentos de supermercados e de vestuário, os dois setores mais movimentados nesse período, devem ser os maiores contratantes. Para esta temporada estima-se que 18% das vagas criadas para atender o aumento na demanda serão efetivadas, abaixo da média (20%), mas superior ao resultado de 2016 (16%).
— Santa Catarina já vem apresentando desde o início do ano sinais de retomada mais consistentes do que a média nacional, com a maior variação no volume de vendas do país, saldo positivo de emprego e estabilização da renda. Esses indicadores devem refletir na abertura de vagas para a temporada — avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.
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Projeção
O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis (SHRBS), Estanislau Emílio Bresolin, avalia que o número de contratações de empregos temporários deve ser o mesmo que nos anos anteriores.
— Não devemos ter um aumento, deve seguir no mesmo patamar. É uma característica de nossa região essas contratações em novembro, com contrato reincidido geralmente em março — explicou o presidente.
Questionado se a situação das praias de Florianópolis, com os estragos causados pela ressaca, poderia prejudicar comércios e empresas, Bresolin acredita que os prejuízos não devem atrapalhar a criação de oportunidades de empregos temporários.
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— Vamos ter uma situação de dificuldade e é um fato que nos preocupa muito, mas a ilha tem muitas praias, muitos comércios — complementou.
Segundo o diretor de Trabalho, Emprego e Renda do Sine SC, Thiago Chaves, na agência de emprego de Florianópolis, a maioria das oportunidades — temporárias ou não — abertas é para garçom, atendente de balcão e auxiliar de cozinha.
— O que reflete muito no período pré-temporada, porque são vagas rotineiras, que tem muito giro — avaliou o diretor.
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O Sine não especifica se a vaga é temporária ou não, mas se quiser conferir as chances disponíveis em cada região, é só entrar no site: empregabrasil.mte.gov.br.
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