Quem está procurando emprego tem notado que nos últimos dias, na Grande Florianópolis, tem aberto vagas similares em agências de Recursos Humanos e no Sine da Capital. Auxiliar administrativo – como sempre – mas, com mais força, vagas para auxiliar de cozinha, garçom, atendente de balcão, serviços gerais, vigilante, atendente de balcão. Para alguns sindicatos responsáveis, isto é bastante comum: com a proximidade da temporada de verão, os estabelecimentos começam a se preparar para a chegada dos turistas. Mas e como conquistar uma destas vagas?
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Não há segredo e nem fórmula específica para conseguir um emprego, mesmo sendo ele temporário. Mas uma coisa está clara aos empregadores: em período de mercado de trabalho fechado e de crise econômica, é preciso experiência ou qualificação na área. Ao menos, estas pessoas possuirão mais chances de seguir adiante em processos seletivos, entrevistas, e como consequência, a conquista da vaga.
De acordo com o diretor de Trabalho, Emprego e Renda do Sine de Santa Catarina, Thiago Chaves, as vagas para todas as áreas estão abrindo com cada vez mais pré-requisitos. Para auxiliar administrativo, por exemplo, tem empregador exigindo não só o ensino superior completo, mas até o ano que o candidato deve ter se formado na faculdade. Mínimo de ano ou meses de experiência é quase unanimidade.
— Muitas vezes, o empregador não encontra alguém com este perfil. Mas é certo que quem se encaixar nos requisitos pedidos, terá mais chance — comentou o diretor.
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Há também o senso comum que, dependendo da vaga, todo mundo consegue fazer. Não, mô quirido. Não é porque você limpa o banheiro da sua casa, que você está apto a conquistar uma vaga em serviços gerais, por exemplo, mesmo durante a temporada.
— É muito importante especificar no currículo todas as suas experiências na área. Com nome da empresa, data que entrou, quanto tempo trabalhou na função, quais eram suas responsabilidades. Tem empregador que pede para citar até as experiências temporárias, mesmo sem carteira assinada. Experiência, de fato, é o que mais conta — complementou Chaves.
O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis, Estanislau Emílio Bresolin, concorda e frisa ainda mais a necessidade de experiência. Idade, gênero, não são mais requisitos. Outro quesito importante: é preciso ter a clareza, ao se candidatar para a vaga, que os horários em restaurantes e hotéis são diferenciados. Ou seja: será preciso trabalhar à noite e nos fins de semana — respeitando, é claro, o que diz a lei trabalhista.
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— Não há mais espaço para improvisações. Ainda mais para quem trabalha em restaurantes e hotéis. O consumidor exige um bom atendimento — especificou Bresolin.
Detalhes a serem observados
O diretor do Sine ainda avalia que, pessoas que permaneceram no mínimo um ano numa mesma empresa ou comércio, acabam sendo “melhores vistas” em comparação com as que apresentam permanência de três, dois meses, ou até menos, em cada lugar. Se esta é a sua situação, aproveite a entrevista para explicar porque isto ocorreu. Se a empresa precisou cortar gastos, se você precisou mudar de endereço, se teve filhos.
— Se a pessoa tiver a oportunidade de pegar uma carta de recomendação do antigo emprego, que é bastante comum de acontecer, é ainda melhor. Às vezes uma pessoa é demitida por conta de corte de gastos, e não porque ela não era boa. Isso é muito relevante para quem está contratando — explicou Chaves.
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Quer saber quais são as demais vagas? Sine tem aplicativo para achar vagas pelo celular
Outras dicas, que sempre falamos aqui, são a boa postura na hora da entrevista e o cuidado com o currículo. Se não souber usar o computador, peça ajuda para alguém. Cuide com erros gramaticais, com a ordem das informações. Lembre-se de sempre levar o currículo impresso para a entrevista e, se possível, numa pastinha. Levar ele na mão, todo amassado, passa a sensação de desleixo.
As principais vagas que estão sendo abertas, segundo o Sine da Capital:
Auxiliar de cozinha
O que faz
É o trabalhador responsável pelo pré-preparo da comida. Basicamente: lavar, descascar, colocar os alimentos na panela para ferver, e higienizar. Ele deve ter a orientação de um cozinheiro ou nutricionista.
O que pedem
– Na maioria das vagas que estão sendo abertas, está sendo exigido pelo menos seis meses de experiência comprovada com carteira assinada;
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– Ensino Fundamental completo;
– E, dependendo do lugar, ainda pedem experiência com corte de carne e experiência como chapeador (em lanchonetes e hamburguerias, por exemplo).
Média salarial
A média salarial para quem trabalha em restaurante é de R$ 1 mil a R$ 1.235.
Auxiliar administrativo
O que faz
– Presta assistência na área administrativa de uma empresa ou comércio, como a gestão financeira, organização de arquivos, pagamento de pessoal, revisão de documentos. É um faz tudo, basicamente (Não que isso seja o certo, mas é o que realmente acontece).
O que pedem
– Auxiliar administrativo é uma das vagas mais comuns de serem encontradas. Como é uma função ampla, há oportunidades para quem ainda está no Ensino Médio, cursando faculdade, ou em casos mais específicos, que já tenha o superior ou técnico em Administração completo.
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– Um requisito fundamental para a vaga é saber mexer em computador e internet, principalmente em programas como as temidas planilhas de Excel, além de saber usar todo o Pacote Office;
Média salarial
Vai depender de sua formação. Mas em média, os salários oferecidos no Sine e RH giram em torno de R$ 1,1 mil a R$ 2 mil. Há valores mais baixos que isso surgindo.
Serviços gerais
O que faz
É o profissional responsável pela limpeza e higiene dos ambientes.
O que pedem
– Ensino Fundamental completo;
– Experiência comprovada de seis meses.
Média salarial
O salário depende da empresa e qual sindicato ela é subordinada. Mas a média gira em torno de R$ 1 mil a R$ 1,2 mil (nas mais positivas expectativas).
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Atendente de balcão
O que faz
É a pessoa que lida diretamente com o público, seja o caixa de supermercado ou a pessoa que vende o pão na padaria. Ele deve atender bem o cliente, recepcioná-lo, apresentar os produtos, organizar prateleiras ou sua área de trabalho.
O que pedem
– Ensino Médio completo;
– O presidente do SHRB , Estanislau Bresolin, lembra ainda que é primordial a pessoa ter o mínimo de educação e cultura para estas vagas, uma vez que elas atenderão diretamente o público.
– As empresas, no entanto, não estão exigindo experiência com carteira assinada para estas vagas. O importante é já ter trabalhado com atendimento, mesmo que, infelizmente, informalmente.
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Média salarial
O salário dependerá de qual empresa a pessoa for contratada, e qual sindicato ela responde. A média também é de R$ 1 mil a R$ 1,3 mil.
Vigilante
O que faz
Apesar de o sindicato dos trabalhadores da área não concordarem que há rotatividade ou abertura frequente de novas vagas, chances para atuar com vigilância tem aparecido nas agências e principalmente no Sine. Este profissional é a pessoa que cuida do patrimônio e a segurança dos funcionários e clientes. E também controla a entrada e saída de pessoas de uma empresa ou comércio.
O que pedem
– É preciso formação qualificada para ser vigilante, explica o diretor de cursos de formação do Sindicato das Empresas de Segurança Privada de Santa Catarina (Sindesp/SC), Joneval Barbosa de Almeida. Sem o curso de formação, não há possibilidade de se candidatar a uma vaga. Atualmente, conta ele, existem nove cursos autorizados pela Polícia Federal em Santa Catarina, e quatro deles ficam na Grande Florianópolis. O curso é de 200 horas;
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– Se o candidato já for vigilante, muitas empresas têm pedido o curso de reciclagem atualizado, que deve ser feito a cada dois anos;
– Ensino Médio completo é um diferencial, apesar de que para participar do curso de formação, a escolaridade mínima é até o quarto ano do ensino fundamental;
– Por obrigação, é preciso ter mais de 21 anos;
– Segundo ainda Almeida, na Grande Florianópolis, as empresas estão cada vez mais valorizando candidatos que possuem cursos de qualificação em atendimento ao público – já que a maioria das vagas que abrem tem essa característica;
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– Noções de informática.
Média salarial
O salário no total varia muito conforme a carga horária e o período trabalhado. Mas gira em torno de R$ 1,3 mil a R$ 2 mil.
Cursos de qualificação
O mercado está exigente e, portanto, é preciso correr atrás e investir nisso. A má notícia é que cada vez menos têm surgido cursos gratuitos, em parceria entre prefeituras e instituições, por exemplo. Hoje, o Sine em Florianópolis não oferece qualificações, apesar de ser algo que a entidade está trabalhando para fornecer logo mais. Os sindicatos também estão sem verbas para a qualificação, mas, vale a pena procurá-los para se informar se há ocorrência de cursos.
Quem está interessado, a sugestão é garimpar e pesquisar em locais como Senac (na área de cursos livres), Senai, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), federações e associações empresariais, o Instituto de Oportunidades de Florianópolis (que tem feito parcerias para cursos para artesãos, por exemplo), e cursos específicos de agências de emprego. É preciso pagar pela maioria destes cursos.
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