O DC testou se as medidas de segurança são cumpridas em um serviço de escuna de Florianópolis. Esta reportagem integra a série que irá avaliar outras atividades aquáticas de lazer no litoral de SC.
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A reportagem escolheu aleatoriamente a empresa Pirata da Ilha, de Canasvieiras, em Florianópolis para o teste de escuna. O passeio ocorreu na manhã de segunda-feira. Às 10h, no embarque, um funcionário coletou os bilhetes, mas a reportagem passou sem apresentar o ingresso. No bilhete havia campos para registrar o nome e telefones de contato.
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>>> Veja como foi o teste do serviço de banana boat em Canasvieiras
Chefe do Departamento de Segurança do Tráfego Aquaviário da Capitania dos Portos de SC, Juarez Melo afirma que esta falha é grave porque sem os dados não se sabe quem são os passageiros que podem estar perdidos ou à espera de resgate em acidentes. Além disso, não há controle de quem estava na embarcação.
As demais normas foram cumpridas. O passeio começou com explicação do uso do colete salva-vidas. Depois, em uma parada no mar, atiraram-se na água 32 passageiros, 12 deles abraçados a boias. Um turista se afastou do barco e foi advertido. Outro lançou ao mar uma garrafa plástica e o comandante lhe chamou a atenção.
No passeio, ocorreu uma visitação à Fortaleza da Ilha de Anhatomirim, local onde no dia 9 uma criança de nove anos caiu da altura de três metros. Um guia da escuna acompanhou o grupo, mas não deu conta de todos.
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Assista ao vídeo do passeio
O que dizem
CAPITANIA DOS PORTOS
A empresa que mantém o barco Pirata da Ilha havia sido notificada e multada semana passada por não regularizar itens de sinalização obrigatórios. Nesta segunda-feira, uma nova vistoria foi feita. Coletes salva-vidas e extintores de incêndio estavam em ordem.
PIRATA DA ILHA
Sócia-proprietária, Lidiane Bonini afirma que cuidados são tomados ao vender o ingresso e e permitir o acesso à escuna, tanto na coleta de dados pessoais, quanto para impedir a entrada de pessoas não autorizadas. Ela diz que pode ter ocorrido um descuido no dia do teste.
Veja a galeria de fotos do passeio
SC registra seis acidentes com escunas desde 2011
A Capitania dos Portos registrou desde 2011 seis acidentes com escunas no Litoral de SC. Foram quatro em Florianópolis, um em Itajaí e um em São Francisco do Sul. As colisões ocorreram entre embarcações ou contra pedras, queda de mastro, água no casco e um deles envolveu um mergulhador. Em nenhum caso houve mortes.
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Dos seis, o mais grave foi registrado na Capital em dezembro de 2011, quando o mastro da embarcação se quebrou ao bater na Ponte Colombo Salles e fragmentos atingiram a cabeça de uma turista. O mais recente aconteceu no dia 10, na Ponta da Daniela, Norte da Ilha. Foram resgatados 71 passageiros porque a água entrou na escuna Sonhador.
Engenheiro naval que colabora com vistorias e laudos para a Capitania, Jean Shinzato afirma que o principal erro cometido pelas escunas é extrapolar a lotação máxima, além da falta de comunicação clara dos itens e ações de emergência e falta de inspeção nas válvulas que retiram a água do casco e impedem alagamentos.
Dicas de segurança
– Só embarque ou desembarque ao ter certeza de que a escuna está atracada
– Se o barco estiver em movimento, mantenha as crianças por perto e sentadas em lugar seguro
– Se tiver enjoo ou labirintite, procure ficar mais próximo à traseira do barco, onde a oscilação é menor. E não viaje de estômago vazio, nem exagere na comida
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– Nunca pule na água com o barco em movimento ou com os motores ligados
– Não nade próximo às hélices nem do casco