Apesar de a Prefeitura de Florianópolis ter anunciado que o início das aulas ocorreriam normalmente nesta segunda-feira (19) mesmo com a paralisação do transporte coletivo, muitos alunos tiveram que voltar para casa. Professores e estudantes não conseguiram ir para as escolas e creches.

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Terezinha Aparecida Pereira, 50 anos, foi às 8h levar a filha Gabrielly Pereira Silvério, 8, na escola Professor Anísio Teixeira, no bairro Costeira do Pirajubaé. No entanto, teve que voltar para casa e perder um dia de trabalho porque não havia professores na turma da filha.

— Eu sabia que não ia ter ônibus, mas a escola ia começar as aulas normalmente, pelo menos foi o que falaram. Agora vou perder um dia de trabalho porque não tenho com quem deixar ela, vou ter um dia descontado, o vale-transporte e o vale alimentação — diz Terezinha, que trabalha com limpeza.

Na creche Hassis, também na Costeira, a maioria dos alunos teve que voltar para casa por falta de professores e merendeiras. A aposentada Eunice Izauro Martins, 58, levou o neto de cinco anos para o primeiro dia de aula, mas não pôde deixá-lo na unidade.

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— A professora confirmou na sexta-feira que eu podia trazer ele, que tava ansioso pra voltar e encontrar os amigos. Mas cheguei aqui hoje e a professora tá na sala, mas não tem merendeira, não terá lanche nem almoço para as crianças, então não vou deixar ele — conta a aposentada.

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Na escola Herondina Medeiros Zeferino, nos Ingleses, o início das aulas foi normal no período da manhã, segundo o diretor da unidade, Willian Marques Pauli. De acordo com ele, os professores se planejaram e conseguiram ir até a unidade mesmo com a paralisação dos ônibus. Porém, não haverá aula a tarde, pois os professores aderiram à greve do sindicato (dos trabalhadores municipais), e vão participar da assembleia marcada para às 13h, na Praça da Fraternidade.

Lisiane da Conceição, de 32 anos, não pôde levar a filha Julia da Conceição Duarte, 6, para a escola nesta segunda-feira e terá que deixá-la com o sogro.

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— É complicado, hoje ela não vai poder vir para a escola, ainda bem que meu sogro está em casa, se não tivesse ele, eu ia ter que me virar.

A escola estadual Júlio da Costa Neves, na Costeira, dos 300 alunos do ensino fundamental que deveriam ter ido no período matutino, apenas 30 a 40 compareceram as aulas.

O secretário de Educação de Florianópolis, Maurício Fernandes Pereira, informa que o início das aulas estava mantido para esta segunda porque a Prefeitura não podia adiar o calendário letivo em função da paralisação. No entanto, diante do grande número de faltas, o dia de aula terá que ser recuperado.

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— Sabemos que a quantidade de professores e de alunos que dependem do transporte público é grande, mas cada unidade foi orientada para se adequar e atender os alunos. Não podíamos, enquanto órgão público, suspender as aulas por causa de paralisação — argumenta o secretário.

A secretaria de Educação fez um levantamento na tarde desta segunda para saber quais escolas tiveram o atendimento prejudicado em função da paralisação do transporte público e dos servidores. Segundo a assessoria de comunicação, pelo menos 20 unidades de ensino não tiveram aula nesta segunda ou tiveram aula apenas no período da manhã. Em torno de 14 atenderam parcialmente e oito tiveram aula normal. A secretaria ainda está verificando a situação de outras escolas e creches.