Escola Estadual que pegou fogo em São José não será reformada

Escola Estadual Bela Vista, que pegou fogo no início do ano, será repassada para o município. Universidade de São José deverá ocupar o espaço.

A Escola de Educação Básica Bela Vista, em São José, está com os dias contados. A gerência de Educação da Grande Florianópolis começou o processo para o fechamento da unidade escolar que atende hoje 220 alunos no ensino médio. No lugar, deverá começar a funcionar a Universidade de São José, que não tem sede própria. Em troca do espaço para a USJ, a prefeitura josefense vai construir quatro salas na EEB Professor Oswaldo Rodrigues Cabral.

Escola de São José que passou por incêndio em fevereiro ainda não foi reformada

Seis salas de aula, uma biblioteca, um centro de convivência e um laboratório de química e biologia foram queimados. Como já era intenção da Secretaria Estadual de Educação fechar essa unidade de ensino, o prédio não foi recuperado.

– Fomos informados na sexta-feira que a escola será fechada no fim do ano. Faremos uma reunião com a comunidade escolar nos próximos dias para comunicar a decisão do Estado. Em novembro, não abriremos matrícula para 2016 – revelou o diretor da EEB Bela Vista, Silvio Mansani da Silva, de 39 anos.

Quase três décadas

Há 27 anos formando os alunos dos bairros Bela Vista, Floresta, Jardim Solemar e Jardim Cidade de Florianópolis, entre outros, o colégio tem 43 estudantes em período integral: uma turma de 1º ano e outra de 2º ano. O restante dos alunos estuda no período matutino ou no vespertino.

A informação é de que os estudantes do período integral irão para o Wanderley Júnior e terão ônibus à disposição até a conclusão do ensino médio. Já o restante será realocado na EEB Professor Oswaldo Rodrigues Cabral. A decisão final cabe ao Conselho Estadual de Educação que deve visitar as unidades de ensino durante o processo.

A última de uma geração

A estudante do 3º ano da EEB Bela Vista Rafaela Valério, 19 anos, lamentou o fechamento da escola. Ao invés de investir em educação, o governo faz permutas para economizar, diz, sobre o repasse à USJ.

– Estudei no Cabral e não lembro de ter visto salas vazias. A educação precisa de escolas com mais qualidade, amplas, com espaço para a convivência, com os laboratórios adequados e não superlotadas. Tenho orgulho de estudar na EEB Bela Vista, onde os meus irmãos também se formaram, mas lamento a decisão de fechar mais uma escola – desabafou a jovem.

Terá ensino médio

A diretora da EEB Professor Oswaldo Rodrigues Cabral, Rosana Aparecida Nunes de Souza, está empolgada para receber os alunos da EEB Bela Vista. Atualmente, o colégio Cabral atende 530 estudantes do ensino fundamental. Ela prometeu separar duas salas durante o dia para o Ensino Médio.

– Consultamos a comunidade acadêmica que foi favorável à sugestão. Vamos remanejar a nossa estrutura e teremos duas salas para atender quatro turmas nos períodos matutino e vespertino. Além disso, vamos abrir mais dez salas à noite – afirmou.

Rosana explicou que mais quatro salas serão construídas. Cada uma deve ter 48 metros quadrados, com capacidade para 40 alunos.

Gerência regional não responde

Desde segunda-feira, a Hora tenta ouvir a gerência regional de Educação da Grande Florianópolis sobre o assunto. A assessoria de comunicação foi informada e questionada, mas não retornou nem enviou qualquer informação. Terça-feira, o supervisor Júlio César chegou a atender a ligação no telefone da gerente Dagmar Pacher. Ele afirmou que existe apenas uma sugestão para o fechamento da EEB Bela Vista, mas não está autorizado a comentar sobre o assunto. A reportagem voltou a ligar para a gerente, que não atendeu as ligações até às 20h30 desta terça-feira.