Passados quase quatro meses do incêndio que atingiu a Escola Estadual de Educação Básica Bela Vista, em São José, pouco foi feito pela Secretaria do Estado de Educação para recuperar um dos prédios prejudicados. Quatro salas de aula, biblioteca, espaço de convivência, laboratório de Química, Física e Biologia e depósito foram totalmente destruídos pelo fogo, que foi desencadeado por um curto-circuito, segundo informações do Corpo de Bombeiros na época.
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A falta de estrutura tem incomodado a comunidade escolar, principalmente os 220 alunos de sete turmas do Ensino Médio, que estão se mobilizando para agilizar a reforma.
– Queremos saber porque a reforma ainda não começou. Já estamos com medo de termos que mudar de escola. Gostamos muito daqui, é a única da região que oferece atividades fora da sala de aula, com esportes, dança… Passamos o dia todo aqui – conta o aluno do 2º ano do Ensino Médio, João Gabriel Soares Parabeda, que tem o apoio dos amigos.
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Por enquanto, só laudo e orçamento
Entre março e abril, uma equipe do órgão estadual esteve no local avaliando o prejuízo, conversando e orçando os recursos necessários – em torno de R$ 1 milhão somente para a reforma da estrutura física, sem contar compra de livros, móveis e aparelhos para o laboratório, de acordo com a direção – para reerguer a estrutura. Mas as obras até agora não começaram e, segundo o diretor da Escola, Silvio Mansani da Silva, não há previsão de início.
– Reduzimos nossa estrutura à metade. Estamos sem respostas. Sentimos a comunidade bastante incomodada. E eles têm razão – pondera.
Diretor da escola espera respostas desde fevereiro. Foto: Betina Humeres/Agência RBS
Professores, alunos e funcionários têm improvisado as atividades nesse período no espaço que não foi atingido pelas chamas. A professora de História e Sociologia da escola, Cleia Terezinha de Morais, explica como eles têm levado o semestre letivo:
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– Otimizamos o espaço da parte que não foi atingida pelo fogo. Onde era a sala dos professores, agora está a biblioteca, com um acervo bem menor vindo de compras emergenciais e doação. Também improvisamos o espaço de convivência, que é fundamental para quem fica aqui o dia todo – conta a docente.
A comunidade escolar também conta que no prédio incendiado, janelas já foram furtadas e, de noite e aos fins de semana, moradores em situação de rua utilizam o espaço. Eles temem o fechamento da escola, mas o diretor negou o boato.
Secretaria diz que não é prioridade, mas escola precisa para 2016
Por telefone, a assessoria de comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis garantiu que a Escola Estadual Bela Vista não será fechada. Também informou que a reforma da unidade escolar está prevista, mas “ainda não entrou na lista de prioridades” dó órgão.
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A gerente regional de Educação da Grande Florianópolis, Dagmar Pacher, reforça que a parte pedagógica não foi prejudicada:
– Os alunos foram realocados para a parte que não foi atingida pelo fogo e todos estão sendo atendidos, porque há espaço. Fizemos campanhas para arrecadar livros. Mas as questões orçamentárias e de licitação, que já foi lançada, são com a Secretaria de Desenvolvimento Regional – alega.
Mas o diretor da unidade, Silvio Mansani da Silva, explica que em 2016 a Escola deverá ter um número de matrícula maior do que o registrado neste ano. O motivo, segundo ele, é a formatura dos alunos no 9º ano, instituído recentemente na Educação do país.
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– Em 2014, tivemos duas turmas de 1º ano. Mas normalmente temos quatro turmas. Se tivéssemos essas quatro, e eu acredito que ano que vem terá, não teríamos como acomodá-la só com um prédio. Precisamos da reforma da nova estrutura – defende.