Pela terceira vez em dois meses, a Escola Estadual Ursulina de Senna Castro, no bairro Caminho Novo, em Palhoça, sofreu com arrombamentos e ação de vândalos. O estrago feito na madrugada de quarta-feira foi tão grande, que quando alunos, professores e funcionários chegaram de manhã, encontraram uma situação de destruição.

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Além de roubarem objetos e quebrarem móveis, os vândalos deixaram ameaças de morte para a diretora e uma professora escritas em um micro-ondas, acendendo o sinal de alerta para a segurança escolar. O professor Francisco Kremer fez um desabafo em entrevista ao repórter Naim Campos, da RBSTV:

– Todos os dias nós somos ameaçados aqui. A frustração que tem de você trazer o material, comprar o que precisa e a própria comunidade roubar. Como é que fica? A educação não é a escola que dá, nós complementamos, a educação vem de casa – lamentou.

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Na manhã de quinta-feira, funcionários e professores se uniram para limpar os estragos e tentar apagar as marcas da violência que ficaram por todos os lados. Os cerca de mil alunos foram liberados e as aulas devem ser retomadas na segunda-feira.

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Problemas de segurança

Infelizmente, arrombamentos e ações de vândalos em escolas da Grande Florianópolis são comuns. No período noturno e fins de semana, a maior parte das escolas não tem segurança humana, somente câmeras de vigilância que parecem não intimidar os invasores. Em março de 2015, três escolas da Grande Florianópolis foram invadidas. A EEB Anibal Nunes Pires, em Capoeiras, na Capital, ficou sem luz e água por causa do furto da fiação e bombas das caixas d’água, um prejuízo estimado em R$ 500 mil.

Diante dos episódios recorrentes, o professor Reinaldo Marcelino, da escola Ursulina de Senna Castro, faz um desabafo:

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– Nos sentimos abandonados, a ausência dos nosso governantes é uma constante. A falta de compromisso por parte deles se refletiu nisso – disse.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) não tem o número extado de ocorrências de ameaças a diretores e professores, mas acredita que deve haver uma união entre a educação e a segurança, conforme explica o diretor da entidade Luis Carlos Vieira:

– Só a Secretaria de Educação ou só os professores daquela unidade escolar não vão resolver o problema, porque é um problema da sociedade, tem que envolver a Polícia Militar, os órgãos de segurança pública e principalmente a comunidade – afirmou.

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Caso vai ser investigado

A Polícia Militar foi acionada pela direção da Ursulina de Senna Castro, e afirmou que existem muitas evidências na escola que levam a acreditar que foi uma ação do público interno em função de algumas medidas que a direção tomou junto com a PM na escola. Em entrevista ao Jornal do Almoço, o major Aires Vonei Pilonetto afirmou que a PM desenvolve atividade de ronda escolar em todo o Estado.

A gerente regional de educação da Grande Florianópolis, Dagmar Pacher, explicou que nesta sexta-feira acontece uma reunião na unidade para discutir novos trabalhos de prevenção e cidadania com a comunidade escolar, a exemplo do trabalho já feito em outras unidades de ensino.

* Com informações do Jornal do Almoço