A Escola de Cães-Guias Helen Keller, em Balneário Camboriú, se preparar para multiplicar o número de cães entregues a pessoas com deficiência visual no país. A instituição, que é a primeira escola da América Latina sem fins lucrativos ligada à Federação Internacional de Cães-Guia, inaugura nesta sexta-feira seu centro de treinamento, no Bairro dos Municípios.

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A nova estrutura permitirá a formação de até 30 cães por ano. Em 16 anos, a escola formou 21 “duplas” de cão-guia e cegos.

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— Não tínhamos a estrutura adequada para treinar mais cães de forma simultânea. Com a nova sede será possível trazer mais mobilidade e esperança a um número muito maior de pessoas com necessidades especiais — diz o presidente da Helen Keller, Paulo Bernardi.

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O centro de treinamento, construído com recursos públicos e de iniciativa privada, foi projeto nos moldes do que recomendam das instituições ligadas à Federação Internacional de Cães Guia. O prédio possui uma área de 394 m², com cinco baias de capacidade para receber até três cachorros. Há baias específicas para isolamento veterinário, maternidade e banhos, e os locais destinados para os cães dormirem serão aquecidos.

A estrutura também tem cozinha para manipulação de alimento dos animais, lavanderia, depósitos e uma quitinete para alojar as pessoas com deficiência visual que não tiverem onde se hospedar durante o período de adaptação com seu cão-guia.

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Há ainda sistema de coleta de água da chuva e infraestrutura para aquecimento da água por energia solar.

Como se inscrever

Os cães formados pela Helen Keller estão hoje em diversas cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Para receber um animal treinado, gratuitamente, a pessoa precisa se cadastrar no site da escola (caoguia.org.br).

A instituição também precisa de candidatos a socializadores, que educam os cães nos primeiros 18 meses de vida. Durante esse período, os cães-guia aprendizes recebem educação básica e vivenciam as mais diversas experiências. Visitam supermercados, shoppings, escolas e utilizam transportes públicos, por exemplo.

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Todos os custos com o cachorro desde a ração até visitas ao veterinário são pagos pela escola, por meio de apoios e doações. O treinador e instrutor da escola faz o acompanhamento do cão-guia aprendiz durante esse período. Após a fase de socialização eles retornam para a escola e ficam por cerca de 6 meses para receberem o treinamento específico que os qualifica como guias.

Depois de treinados, passam para a fase de adaptação com as pessoas com deficiência visual, que pode durar um mês dependendo de como for o entrosamento.

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Para ajudar

Por ser uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), a escola necessita de doações da comunidade para seguir com a formação dos cães-guia. Atualmente o valor para se treinar um animal pode chegar a R$ 30 mil e a entrega é feita de forma gratuita a quem precisa.

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Moradores de Santa Catarina podem contribuir com o projeto através da conta de luz devido ao convênio que a escola mantém com a Celesc. Pessoas de outros estados podem depositar na conta corrente da instituição. Também são aceitas parceiras e outros tipos de doações.

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