A Escola de Educação Básica Roberto Schütz, em Rancho Queimado, tornou-se referência em sustentabilidade ao implantar um moderno sistema com 27 placas de captação da energia solar. Com o equipamento montado em novembro do ano passado, a instituição localizada no distrito de Taquaras consegue suprir a iluminação de quatro salas de aula e da biblioteca por conta própria.
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O centro de ensino também estimula medidas como paredes mais claras e aproveitamento da claridade natural, aumentando ainda mais a capacidade de autossustentabilidade.
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– Não somente a energia solar é renovável, mas também a vontade de se viver em um planeta sustentavelmente melhor – explica o professor Magnun Souza Voges.
A escola é a primeira de SC a implantar o sistema, parte do projeto Geração Elétrica Através de Fontes Renováveis na América Latina, do Consórcio Regsa e da Unisul. Para a professora Luciane Schütz Sell, diretora da escola na época da implantação das placas, o maior desafio que a instituição enfrenta a partir de agora é a conscientização da importância dos recursos renováveis:
– Na escola, a sustentabilidade é real e as crianças veem as placa. Cabe a nós explicarmos não aquilo que está distante, mas visível aos olhos curiosos delas.
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:: Confira o relato completo da professora:
LUCIANE SCHÜTZ SELL*
Sempre digo para meus alunos e alunas: um conceito é válido até o momento em que um novo e mais aprofundado surge. Quando criança, minhas professoras diziam que muitos recursos naturais eram renováveis; hoje, este conceito mudou. Aquilo que se renovava de acordo com a necessidade já não o faz mais. Então, porque um país como o Brasil – que utiliza a água como principal fonte de energia – não poderia utilizar algo que é de graça e inesgotável?
O projeto Geração Elétrica Através de Fontes Renováveis na América Latina abriu para todos da comunidade escolar a oportunidade de conviver com uma tecnologia que visa a sustentabilidade do planeta de maneira prática e real, o que torna os conceitos que já foram e ainda serão estudados mais significativos para as 150 crianças da escola. Durante todo o Ensino Fundamental, os projetos são propostos, articulados e desenvolvidos pelos professores dentro das áreas em que cada um atua.

Projeto foi desenvolvido com apoio dos alunos da escola.
Foto: Araxá Solar/Divulgação
Entramos em uma era em que até mesmo uma comunidade pequena como Taquaras precisa buscar água a quilômetros de suas casas. A captação de energia com placas fotovoltaicas seria uma nova maneira de aproveitar aquilo que não polui, não acaba e faz parte de todos os dias: o sol.
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As placas não fazem o armazenamento de energia, então a carga sobressalente é repassada para a rede geral nos finais de semana, feriados e férias. Com esta produção de energia, o poder público deixa de custear boa parte das despesas e poderia repassar o valor à escola, ajudando no dia a dia da instituição.
Em uma época em que não apenas os livros e histórias ensinam o que é necessário a cada um, mas também a tecnologia, a sustentabilidade tornou-se o grande desafio dos educadores. Aqui nesta escola, a sustentabilidade é real e as crianças veem as placas no telhado. Cabe a nós explicarmos não somente o que está distante, mas também aquilo que é visível aos olhos curiosos delas.
Uma oportunidade como esta nos dá um status diferenciado e mostra que devemos continuar fazendo o que sempre fizemos: demonstrar o quanto é importante e de qualidade o trabalho que aqui desenvolvemos. Isso tudo acontece em uma pequena escola pública, numa comunidade que a maioria das pessoas diz “onde fica mesmo?” É por força da comunidade na qual está inserida que a escola Roberto Schütz irá continuar eternamente o seu trabalho, formando novas gerações.
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* Professora e ex-diretora da escola Roberto Schütz