Um erro de cálculo na manobra pode ser a explicação para a causa da morte do paraquedista blumenauense Alex Adelmann, de 33 anos na última segunda-feira em Boituva, no interior de SP. A tese de erro na manobra é usada por pilotos experientes, como Rodrigo Jung, e pelo presidente da Federação Catarinense de Paraquedismo, Airton Fernando Probst.
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Apesar de comum, como reconhece Probst, que tem 42 anos e 24 deles fazendo saltos, essa ação é considerada arriscada e perigosa por Rodrigo Jung, piloto experiente que comanda aeronaves para salto em São José, na Grande Florianópolis.
– Em geral, o próprio paraquedista pede que a aeronave faça a manobra o mais próximo possível dele para que possa aparecer em uma foto tradicional – esclarece Probst.
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Habilitado para pilotar aviões que fazem saltos de paraquedistas, Jung explica que o procedimento de segurança é que a aeronave se afaste após o salto. O avião deve manter voo horizontal após o lançamento. Após esse procedimento, o piloto deve respeitar uma áerea dos paraquedistas – em forma de cone imaginário – para evitar colisões.
Jung lembra ainda que se o lançamento for feito na vertical de um aeródromo, nenhuma aeronave pode decolar ou pousar enquanto os paraquedistas não tiverem chegado ao solo em segurança.
Ele explica que os pilotos devem ter habilitação para piloto lançador de paraquedistas, uma autorização própria para saltos, e fazer um curso homologado pela Anac. Além disso, a região do salto deve ter um documento que notifique outras aeronaves que no local há operação de paraquedismo.
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Duas investigações estão sendo feitas para desvendar o que de fato começou no mesmo dia, uma delas comandadas pela Polícia de Boituva e outra pela Aeronáutica. Na esfera civil, um inquérito foi instalado , enquanto o Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa) produz um laudo, sem prazo para ser concluído.
O modelo de avião usado no salto de Boituva era um Grand Caravan, que tem capacidade para receber entre 10 e 20 pessoas, de acordo com a configuração interna. A aeronave passará por perícia de técnicos do Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa) nesta terça-feira, mas ainda não há previsão de quando um laudo militar dever ser concluído.
Em paralelo, um inquérito foi instaurado pela Polícia Civil de Boituva. Quem comanda as investigações é o delegado Carlos Antônio Antunes, que ficou durante todo o dia repassando à imprensa as informações ditas pelo piloto e explicando que a investigação está sendo feita desde a tarde de segunda-feira.
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De acordo com as informações dos bombeiros que atenderam a ocorrência, o blumenauense teria sido atingido pela asa esquerda da aeronave pilotada por Douglas Leonardo de Oliveira, depois arremessado contra os outros dois paraquedistas.
A colisão não teria provocado danos na estrutura da aeronave e o piloto explicou que só saberia do que aconteceu quando tinha pousado. Ele foi ouvido pela Polícia Civil de Boituva ainda na segunda-feira, muito nervoso, e liberado sem falar com a imprensa.
::: Paraquedista de Blumenau morre atingido por avião no interior de SP
