Catarinenses responsáveis pelo Portal da Esperança, Desaparecidos do Brasil e do SOS Desaparecidos da Polícia Militar entregam nesta quarta uma carta-manifesto para propor a criação de um sistema de alerta brasileiro e ações unificadas para prevenção, busca e localização de pessoas no Brasil.
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Eles integram o Movimento Social pelas Pessoas Desaparecidas, formado por familiares de desaparecidos e nove instituições de todo o país, e participam em Brasília da audiência com a Secretaria-Geral da Presidência da República com os ministros Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral, Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, e Luíza Bairros, da Promoção da Igualdade Racial, além de representantes do Ministério da Justiça, para discutir o enfrentamento à violência nas periferias urbanas.
O grupo pede que as investigações de desaparecimentos sejam tratadas como crimes, com ação imediata principalmente em casos envolvendo crianças. O movimento sugere também a criação de um Sistema de Alerta para Desaparecimento de Crianças Brasileiro, implantação de linhas diretas para comunicação com a população e ampliação dos serviços de envelhecimento digital e tecnologias para auxiliar a busca.
Entre as tecnologias estão testes e instalação de bancos de dados de DNA, para ajudar a identificar uma ossada encontrada, por exemplo, ou para confronto de material genético de familiares de desaparecidos com o de crianças sem identificação e filiação definidas.
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Todos os anos, cerca de 3 mil pessoas desaparecem em Santa Catarina. No país, são 200 mil, das quais 40 mil são crianças. Segundo o presidente do Portal da Esperança, Gerson Rumayor, é a primeira vez que a presidência abre as portas para discutir oficialmente o tema. No país são somente três delegacias especializadas na solução de desaparecimentos, uma em São Paulo outra em Minas Gerais e a terceira em Santa Catarina,em funcionamento desde o dia 24 de setembro.
Neste mês completa um ano que o serviço especializado da Polícia Militar do Estado está em operação. O serviço do Estado é referência para muitos países. O Movimento Social pelas Pessoas Desaparecidas foi criado em julho, após o governo federal anunciar que estava aberto a receber representates dos movimentos sociais, com a união de grupos, profissionais e familiares que trabalham com desaparecidos no país.
O grupo passou a discutir as necessidades de infraestrutura e investimentos para o combate e solução do desaparecimento de pessoas.
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– Fizemos reuniões entre os vários grupos para elaborar sugestões. Inicialmente vamos apresentar as propostas e esperamos que o governo nos dê uma posição – avalia a presidente do Desaparecidos do Brasil, Amanda Boldeke.