Os dois enteados de Everaldo Rosa Nunes (o Lalau), um dos acusados de matar Gelson Aparecido de Souza e os dois filhos a golpes de pé de cabra em janeiro do ano passado, deram versões diferentes sobre a ocupação do padrasto no depoimento dado em julgamento no começo da tarde desta quinta-feira. O júri teve início por volta das 9h30min e já teve depoimentos da viúva e do irmão de Gelson, dos dois enteados de Everaldo, de dois policiais envolvidos com a investigação e de um médico legista.

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A enteada de Everaldo, Taís Fernandes dos Santos, 21 anos, voltou atrás das declarações dadas durante a investigação e negou que o padrasto fosse usuário de drogas. Segundo Taís, o acusado trabalhava no Ceasa (Central de Abastecimento) de São José entre as 6h e 8h, e por isso estaria em casa dormindo por volta das 10h, no horário em que Gelson e os filhos foram assassinados.

Em seguida, Abimael Fernandes dos Santos foi chamado para falar sobre o padrasto e deu outro relato. Diferente da irmã, a testemunha afirmou que Everaldo trabalhava no Ceasa à noite, pois durante o dia seria servente de pedreiro. Abimael ainda disse que Everaldo não sabe dirigir, o que contradiz a versão da polícia de que ele seria o motorista do trio no momento do crime.

A viúva de Gelson, Lenice dos Santos, já havia dito no começo da tarde que Lalau era amigo próximo de Rogério, um dos três acusados. Rogério trabalhava com Gelson e passava bastante tempo na residência do casal. Segundo Lenisse, a vítima ajudava o acusado com roupas e comida, e os dois se davam bem.

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Mais cedo, o irmão da vítima, Geso Aparecido de Souza, havia dito que Lalau era temido pelos vizinhos e que a família preferiu se mudar do bairro pois teriam completa convicção de que os três são de fato os culpados pelo crime.

– Todo mundo abaixava a cabeça para o Lalau, menos o meu irmão.

Rogério Vas de Souza, Everaldo Rosa Nunes (o Lalau) e Jeferson Nunes são suspeitos de homicídio triplamente qualificado, corrupção de menores (pelo envolvimento de adolescentes no crime) e furto. O homicídio teria sido motivado por uma câmera de segurança, instalada na residência de Gelson, e que teria atrapalhado os “negócios” de Everaldo, acusado de traficar drogas no Bairro Bom Viver, em São José. Lalau, que é apontado pela polícia como sendo o mandante do crime, nega a afirmação.

– Só vou ficar preso hoje, porque não fiz nada disso de que estão me acusando aqui – afirmou Lalau à reportagem do Diário Catarinense, durante o júri desta quinta.

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