Um dos focos para o próximo ano na educação de Santa Catarina é tornar o ensino médio mais atrativo e focar nas demandas do mercado de trabalho. O balanço de 2014 e as metas para 2015 foram apresentadas ontem pelo secretário estadual da Educação, Eduardo Deschamps.

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Um dos pontos mais preocupantes é a taxa de reprovação detectada no fim de 2013 dos alunos do primeiro ano do ensino médio. O número saltou de 10% no ano anterior para 30%. Para Deschamps, uma das causas é o reflexo da aceleração de alunos repetentes nos últimos anos do ensino fundamental, iniciada em 2011.

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O desempenho gerou o Programa de Novas Oportunidades e Aprendizagem (Pnoa) para tentar reduzir a taxa de reprovação. O Pnoa envolve, desde maio, 16,7 mil alunos, do 3º ao 8º ano do ensino fundamental e 1º do médio, para reforçar matérias de Língua Portuguesa e Matemática aos alunos com dificuldades de leitura, produção textual e cálculo, oferecidos no contraturno das aulas.

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Pelo Programa de Fortalecimento do Ensino Médio, do governo federal, 8 mil professores, que atuam em 80% das escolas estaduais, receberam capacitação.

Nesta semana, o Instituto Todos pela Educação divulgou dados da distorção idade-série. Santa Catarina registra, desde 2009, aumento de alunos que não concluíram o ensino médio até 19 anos.

Para o governo, a busca pelo mercado de trabalho e a necessidade financeira têm motivado parte dos alunos a adiar os estudos. Segundo a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), um dos gargalos para a economia é a falta de mão de obra qualificada.

Ainda assim, a taxa de aprovação, de 61% de alunos na idade adequada no ensino médio e 83% no fundamental, está acima da média nacional e da região Sul.

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– Definimos algumas mudanças gradativas, como trabalhar com a educação profissional e melhorar o tempo integral na escola. O outro aspecto é currículo: oferecer ensino técnico diversificado – aponta Deschamps.

Apoios ajudarão a expandir formação técnica

A Secretaria da Educação pretende buscar aproximação de entidades como Senai, Fiesc e Instituto Federal Catarinense para reforçar o ensino voltado ao mercado de trabalho. No Cedup de Rio do Sul, inaugurado em agosto, foi firmada a parceria com o sindicato das indústrias metalúrgicas.

Mas todas as mudanças passam pela conclusão do Plano Estadual de Educação, que prevê também parceria com os municípios para mapear a longo prazo a demanda por escolas e dividir a oferta.

A alteração curricular também será foco em 2015. Nela, estão previstos mecanismos para trabalhar tecnologias, interdisciplinariedade de temas, fortalecimento da educação integral e avaliação das habilidades socioemocionais dos alunos, como cooperação, criatividade, pró-atividade, tão cobradas no mercado de trabalho. Outra meta é replicar modelos como o da Fiesc de educação de adultos profissionalizante.

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Iniciativa com a Google, ainda em fase inicial, e financiamento pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento devem fortalecer a inserção da tecnologia nas escolas.

Veja abaixo os principais objetivos para o ensino fundamental e médio para o próximo ano: