A educação de Santa Catarina tem índices mais elevados do que outros Estados brasileiros, mas o próximo governador terá de encontrar caminhos para enfrentar alguns desafios. O cenário atual ainda apresenta problemas com o ensino médio, a evasão escolar e a preocupação com as séries finais do ensino fundamental.
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Além disso, as 25 entidades ouvidas pelo projeto SC Ainda Melhor apontam: devem estar na mesa das prioridades do próximo governante a preocupação em tornar o ensino mais atrativo, aliar a tecnologia à sala de aula e focar a formação cidadã.
Dados divulgados no ano passado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, referente a 2015, mostraram que o número de crianças entre quatro e 17 anos fora do ambiente escolar em Santa Catarina era de 5,1%, o que representa cerca de 64 mil crianças e adolescentes.
Nos últimos dados divulgados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), de 2015, Santa Catarina teve o pior desempenho no ensino médio em 10 anos e vem caindo desde 2011. Ações para ampliar a atratividade dessa etapa foram feitas em 2017, como a implantação gradual das atuais 30 escolas em tempo integral. No entanto, problemas com infraestrutura têm gerado críticas.
Outro fator que começa a preocupar é a avaliação das séries finais do ensino fundamental, onde estão os alunos que, em breve, acessarão o ensino médio. Na faixa do 9o ano, a nota catarinense (das redes pública e privada) foi de 5,1 no Ideb de 2015, enquanto a meta era de 5,5, que também não havia sido alcançada no índice de 2013.
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O que dizem os especialistas
Segundo a pesquisadora e ex-coordenadora do Fórum Estadual de Educação, Cássia Ferri, para operacionalizar essas ações é preciso haver melhorias nas escolas, na carga horária e na forma de contratação dos profissionais.
Uma das necessidades é o investimento em infraestrutura das unidades, com equipamentos e espaços adequados para os jovens criarem. Aliado a isso, Cassia entende que precisa haver reorganização didático-pedagógica, que não exija do professor ter emprego em mais de uma escola, com múltiplas turmas e centenas de alunos.
— Os governos precisam levar em conta a meta do Plano Nacional. As escolas precisam ser reorganizadas para manter a presença do professor em uma única escola, tendo as mínimas condições de trabalho. Não dá para ter 400 alunos e dizer que ele vai fazer um trabalho decente — defende.
O coordenador geral do Observatório do Ensino Médio da Udesc, Norberto Dallabrida, destaca a importância da carreira docente nessa transformação. Segundo ele, a falta de atratividade financeira gera um círculo de esvaziamento das licenciaturas e a sala de aula tem perdido as melhores cabeças:
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— Tecnologia, currículo e manter o aluno na escola é importante, mas o desafio é ter professores qualificados. Santa Catarina deve criar uma política pública para fortalecer a carreira docente.
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