O proprietário da Delta Construções S.A., Fernando Cavendish, anunciou nesta quarta-feira que vai se licenciar do conselho de administração da companhia até que sejam apuradas as denúncias de envolvimento no esquema liderado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, alvo de investigação de uma CPI no Congresso. Além de Cavendish, o diretor Carlos Pacheco também se afasta da administração da empreiteira.

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Em nota, a Delta anunciou a realização de uma auditoria para averiguar possíveis irregularidades na área de responsabilidade da diretoria de Centro-Oeste, onde atuava o ex-diretor Cláudio Abreu, preso nesta quarta-feira por suspeita de participação no esquema de Cachoeira. Segundo a nota, as conclusões da auditoria serão colocadas à disposição das autoridades.

Ex-diretor é preso em Goiânia

O ex-diretor da empresa Delta para o Centro-Oeste Cláudio Abreu, apontado como um dos parceiros do empresário Carlinhos Cachoeira – preso por suspeita de explorar jogos ilegais – foi detido na manhã desta quarta-feira, em Goiânia (GO), em uma operação do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) e Polícia Civil. Além de Abreu, outras três pessoas foram presas.

A ação realizada nesta quarta-feira, denominada Saint Michel, é um desdobramento da Operação Monte Carlo. O trabalho é realizado pelo Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC) do MPDFT, em parceria com a Polícia Civil do DF, e o Ministério Público de Goiás.

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Em Goiânia, três pessoas, entre elas Cláudio Abreu, foram presas em suas residências. Em Anápolis (GO), o vereador Wesley Silva (PMDB) foi detido na Câmara Municipal da cidade. Todos foram levados a Brasília, segundo informou o Ministério Público de Goiás (MP-GO). Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão.

A Delta é investigada pela Controladoria-Geral da União por supostas irregularidades praticadas nas relações com a administração pública federal – especialmente com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

A empresa, que firmou contratos com o governo federal entre 1º de janeiro de 2004 e 31 de março de 2012, teria ligação com Carlinhos Cachoeira, detido durante a Operação Monte Carlo, deflagrada em fevereiro pela Polícia Federal, que resultou na prisão de 20 pessoas.