Foi instalada oficialmente, na manhã desta quarta-feira, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que vai investigar a atuação do empresário de jogos ilegais Carlinhos Cachoeira e suas ligações com agentes públicos e privados.
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Na primeira reunião da chamada CPI do Cachoeira, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) foi empossado presidente da comissão. O deputado Odair Cunha (PT-MG) foi designado relator. Os dois nomes foram oficializados por aclamação.
Mais de 70 requerimentos de convocação de oitivas e de requisição de documentos já foram apresentados, mas, na primeira reunião, a CPI aprovou somente o primeiro requerimento apresentado pelo relator Odair Cunha, que requisitou os documentos da operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal. Os pedidos serão endereçados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria Geral da República (PGR).
– Esses documentos são nosso ponto de partida – explicou o relator.
O senador Fernando Collor (PTB-AL) também sugeriu a convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e dos dois delegados que conduziram as investigações na Polícia Federal para que eles possam informar o estágio das investigações. No entanto, esse pedido não chegou a ser apreciado pelo CPI.
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A CPI do Cachoeira é formada por 32 parlamentares, sendo 16 deputados e 16 senadores, além dos seus respectivos suplentes, e tem o prazo de 180 dias para concluir as investigações. As reuniões, de acordo com o senador Vital do Rêgo, ocorrerão nas terças, quartas e quintas-feiras.
O PT e o PMDB são os partidos que ocuparam mais vagas – três senadores e três deputados cada legenda – obedecendo o critério da proporcionalidade na Câmara e no Senado. O PSDB tem duas vagas de senador e duas de deputado. Já PDT, DEM, PSB, PCdoB, PTB, PP e PR ficaram, cada um, com uma vaga titular de senador e uma de deputado. O PV e o PSD têm um senador cada. O PSC e o PPS ficaram com um deputado cada.
Cachoeira está preso desde o fim de fevereiro. Escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal, com autorização da Justiça, indicam que ele mantinha relações com parlamentares, autoridades e empresários envolvidos em licitações públicas milionárias.