O líder da comunidade que vive na área de invasão em Porto Belo, o carpinteiro Ademir Alves, afirma que 250 pessoas estavam morando no local onde houve a reintegração de posse e não têm para onde ir – mais da metade, segundo ele, seriam crianças.
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::: Polícia faz operação de reintegração de posse em área de invasão em Porto Belo
Alves explica que as famílias sabiam há mais de 30 dias que teriam que sair, mas mesmo assim muitos se emocionaram e foram acolhidos por vizinhos.
– Resolvemos resistir até o fim por que tínhamos esperança que nossos advogados conseguissem liminares contra as demolições. Não pensávamos que fosse dessa maneira, achamos que eles dariam tempo para retirar as coisas. Agora vamos protestar no pátio da prefeitura para resolver essa situação – ressalta.
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Choro e desespero
Desesperada com a demolição da casa, a doméstica Priscila Maria Miguel Pedro, 31 anos, contou que não tem para onde levar os três filhos de quatro, seis e 16 anos. Chorando ela dizia que não tinha nem o que dar de comer às crianças, porque os móveis estavam todos na rua.
– A gente sabia que tinha que sair, nós fomos atrás de aluguel mas não tem, é temporada. Eu comecei a trabalhar quinta e sexta já não fui porque não deixaram a gente passar. A minha casa foi a primeira, chegaram, desmancharam e pronto – lembra.
Priscila, que é viúva, diz que não tinha lugar para morar quando resolveu invadir o terreno e construir uma casa de madeira. Para ela, poderia ter ocorrido um acordo com os moradores para evitar essa situação. Quem também estava sem ter para onde ir é Adeana Pereira da Silva. Com os cinco filhos de mãos dadas, ela caminhava pela área sem ter um rumo certo:
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– Meu marido que cuida disso, eu tenho problema de saúde e ele não deixa eu me envolver. Mas não temos pra onde ir, vamos ter que achar uma alternativa.
Confira a galeria de fotos da operação policial na área de invasão: