Desde março, quando a Polícia Federal lançou a Operação Trapaça, que investiga irregularidades em unidades de produção de carne de frango da BRF, o mercado catarinense e brasileiro tem recebido uma super oferta do produto. Isso ocorre por conta do embargo às exportações para a União Europeia. O resultado aparece nas gôndolas dos supermercados. Em Florianópolis, por exemplo, a queda no último mês foi de 6,14%.
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Segundo o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, a tendência é que o preço continue a cair nos próximos meses, puxando para baixo também o valor da carne de suínos e bovinos.
— Tem muitos contêineres voltando da Europa e não achou-se outro mercado para elas sem ser o interno. É por isso que você encontra coxa e sobrecoxa a R$ 3,50 o quilo no supermercado. E, como o frango está barato, as pessoas estão consumindo mais. É por isso que as carnes suína e bovina também tiveram queda no preço. É um efeito dominó — diz Barbieri.
Segundo o empresário, todas as empresas estão sendo obrigadas a baixar seus preços, não apenas a BRF. Com isso, mesmo as que não exportam estão reduzindo a produção para se adequar ao mercado. Entre as medidas está a concessão de férias coletivas e a diminuição do abate diário. Mesmo assim, ainda serão necessários ao menos 90 dias para que os preços voltem a subir.
— Há uma super oferta no mercado. As empresas não conseguem estocar tanta carne e estão jogando no mercado a qualquer preço. Tem caso de atacado que está pagando R$ 1 pelo quilo do frango — diz Barbieri.
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