No ano passado, 1.870 pessoas morreram em acidentes de trânsito em SC – oito óbitos a mais que em 2004. O número representa, ao mesmo tempo, um desafio e um alívio às autoridades. Enquanto o Estado ainda se mantém entre as piores posições em todos os índices ligados à mortalidade e imprudência nas estradas, o aumento expressivo na frota em dez anos não levou a um crescimento no total de óbitos.

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Os dados foram informados no 1º Encontro Catarinense de Segurança Viária pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), após levantamentos feitos com a polícia e órgãos de trânsito.

Para comparação, no mesmo período a frota de veículos no Estado aumentou até 120%, ultrapassando 4 milhões já em 2013. Só o número de motos pulou de 402 mil para 1 milhão em uma década.

Diretor da Dive, Eduardo Macário participou do encontro e explicou os dados para os participantes. O evento ocorreu no plenarinho da Assembleia Legislativa (Alesc) e faz parte da programação especial do Maio Amarelo.

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Ele ressalta que, ao contrário do padrão nacional, SC tem mais mortes por ocupantes ou motorista de carros, e não de motos.

– Todas estas mortes poderiam ser evitadas, seja pelo combate à direção sob efeito do álcool, pela melhoria nas vias ou pela conscientização dos motoristas.

Lei Seca ganha peso junto à sociedade

Com o tema “bebida e direção”, o encontro também reuniu especialistas no assunto – como Marco Andrade, coordenador-geral da Operação Lei Seca no Rio de Janeiro, que mostrou com números os resultados da fiscalização no estado carioca.

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– Não basta fazer, é preciso divulgar e engajar a sociedade. E está funcionando. O assunto interessa a todos porque a violência no trânsito é extremamente democrática, não escolhe raça, sexo, religião ou classe social – afirma Andrade.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que 15% de todas as mortes no trânsito em 2012 foram causadas por embriaguez ao volante. Quando feito o recorte por idade, o dado piora: é a maior causa de morte entre jovens entre 25 e 29 anos no mundo.

Mesmo assim, a fiscalização ainda patina em diversas cidades. Em Florianópolis, por exemplo, a prefeitura havia afirmado no plano de metas para 2013/2016 que faria pelo menos 15 mil abordagens; até dezembro de 2014, foram apenas 1,6 mil, ou cerca de 10,6% do prometido.

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O álcool foi a principal causa de mortes no trânsito da capital de SC, seguido de problemas de visibilidade, infraestrutura e excesso de velocidade. Já Joinville é a cidade catarinense onde mais morreram pessoas por conta do trânsito no ano passado.

A Global Road Safety Partneship – organização internacional referência em segurança viária – estima que, para um programa de fiscalização funcionar, ao menos 33% dos condutores de uma cidade devem passar pelo teste do bafômetro a cada ano.

O encontro desta quarta-feira foi promovido pela Rede Vida no Trânsito, composta por: Detran-SC, Icetran, ICom, Movimento Floripa Te Quero Bem, Guarda Municipal de Florianopolis, PM-SC, Prefeitura de Florianópolis, Secretaria de Saúde de Florianópolis, Diretoria de Vigilância em Saúde, Diretoria de Vigilância Epidemiológica, Secretaria de Segurança e Gestão do Trânsito de Florianópolis, SEST/SENAT e União dos Ciclistas do Brasil.

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