Uma Dilma Rousseff emocionada comandou a cerimônia de troca de ministros na manhã deste sábado, no Palácio do Planalto. Distante da figura da presidente séria e sisuda, ela fez questão de agradecer aos três políticos que deixaram o governo, de cobrar trabalho dos que ingressam e de prestar uma homenagem especial ao deputado gaúcho Mendes Ribeiro (PMDB).
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Antes de falar, a petista assinou as nomeações de Antonio Andrade (PMDB-MG), que assume a Agricultura, de Moreira Franco, empossado na Secretaria de Aviação Civil, e de Manoel Dias, no Trabalho.
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Ao agradecer o agora ex-ministro da Agricultura, Dilma pediu para que Mendes priorize o cuidado com a saúde – ele está em tratamento de um câncer no cérebro.
– Mendezinho, com muito carinho quero lhe dizer: obrigado pelo seu trabalho! Resista às dificuldades, porque o Brasil precisa de você. Cuide da sua recuperação, pois quero mais uma vez contar contigo. Agora, você tem o direito e o dever de cuidar de você. Vê se para de andar para baixo e para cima – agradeceu Dilma.
Muito aplaudido por todos que estavam na cerimônia, Mendes Ribeiro não conteve o choro.
Outro que recebeu especial da presidente foi o ex-ministro do Trabalho Brizola Neto (PDT-RJ). Dilma lembrou de sua relação com a família Brizola, com o PDT e disse que foi um orgulho poder ter o apoio do pedetista. Ela ainda agradeceu o empenho de Wagner Bittencourt, que deixou a Aviação Civil.
Presidente fala em fortalecer a coalizão
Em seu discurso, Dilma Rousseff aproveitou para dar uma resposta às críticas da oposição de que as mudanças no governo seriam fruto de interesse eleitoral. Ela defendeu que para governar é preciso formar e fortalecer coalizões políticas.
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– Governar é necessariamente escolher entre as alternativas. Todos nós, quando chegamos no governo, aprendemos a respeitar a diversidade. Ao mesmo tempo, temos que fortalecer nessa diversidade as forças que sustentam um governo de coalização. Algumas pessoas acreditam que a coalizão é algo incorreto. Estamos assistindo em alguns lugares do mundo processos de deteriorização, justamente por conta da falta de capacidade de se fazer coalizões – afirmou a presidente, citando os exemplos dos governos da Itália e dos Estados Unidos.
Na sexta-feira, o senador mineiro e presidenciável do PSDB, Aécio Neves, criticou a troca de ministros. Para ele, as mudanças deveriam visar a “correção de rumos” e a “melhora na eficiência” do governo e não serem realizadas com foco na reeleição.