De Siderópolis veio o homem que, aos 60 anos, mudaria a história do Joinville Esporte Clube. Nereu Antônio Martinelli. Auditor, dono da Martinelli Auditores, uma das maiores empresas do ramo no País. Ele é o presidente da empresa, mas o Estado e o Brasil o conhecem mais pelo futebol do que por sua atividade profissional.

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Na verdade, a fama surgiu mesmo depois que o JEC tomou sua vida. E, embora não admita, é o Joinville que ocupa a maior parte do seu dia a dia.

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Quem o conhece sabe disso. No seu escritório, no alto de um prédio na rua Dona Francisca, Nereu trabalha num ambiente com quadros, placas e camisas do JEC. O telefone não para um segundo sequer. Todos o procuram: empresários do futebol, jogadores, treinadores, amigos ou jornalistas.

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É bem mais fácil acessar Nereu pelo celular quando o JEC vai bem. Se o Tricolor vai mal, fica bem complicado. O humor dele também muda. O sorriso e o jeito brincalhão do “Pai Nereu”, como é chamado por alguns jogadores, dão lugar às queixas contra a recorrente falta de apoio empresarial ao JEC.

Nereu começou como conselheiro do clube, na década de 1990. Em 1998, passou a atuar como diretor financeiro. Em 2005 e 2006, foi diretor de futebol. De 2008 a 2012, foi vice-presidente de Márcio Vogelsanger. Montou times competitivos. O Joinville subiu, foi campeão nacional, mas Nereu ainda aparecia como um ator coadjuvante.

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Sucedeu o amigo Márcio na presidência e passou a ser o protagonista. Quis o destino que o Tricolor voltasse à Série A, com o título mais relevante de seus 38 anos, o segundo nacional, sob o comando de Nereu. Fez-se justiça para quem vive a vida em função do JEC.

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Enquanto jogadores e torcedores comemoravam o título do JEC, o presidente Nereu Martinelli disse no gramado da Arena, que o foco é montar a equipe para 2015. Nenhuma competição deve ficar de lado.

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– Nossa responsabilidade, a partir de janeiro, é maior. Temos uma série A pela frente, uma Copa do Brasil pela frente, o campeonato catarinense, que é uma pré-disputa do campeonato da Série A, com quatro clubes catarinenses.

A expectativa é de que pelo menos 85% do elenco que conquistou a série B permaneça no clube, segundo o presidente. Confira a entrevista na íntegra:

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AN – Quais os passos a partir de agora?

Nereu Martinelli – Esse trabalho vai continuar. O Joinville é da comunidade, o Joinville é das pessoas. E o nosso trabalho, a nossa responsabilidade a partir de janeiro é maior porque temos pela frente uma Série A, uma Copa do Brasil e o Campeonato Catarinense, que é uma pré-disputa da Série A, com quatro equipes (JEC, Figueirense, Avaí e Chapecoense). É uma pena que o Criciúma caiu.

AN – O senhor torcia pelos cinco times de Santa Catarina na Série A?

Martinelli – É importante para o campeonato. Eu prefiro jogar em Florianópolis a jogar em Varginha, em Goiás. É melhor e cria uma disputa regional. Afinal, são 24 pontos em disputa em Santa Catarina. São clássicos. Conhecemos os adversários, o que nos dá uma condição melhor de enfrentar o restante.

AN – Qual a meta do Joinville para o ano que vem?

Martinelli – Primeiro passo é permanecer na Série A. A primeira coisa que vamos fazer é montar a equipe. Renovamos o contrato do Rogério. Renovamos o contrato do Marcelo Costa. Temos uma equipe quase titular, 85% da equipe da Série B vai permanecer.

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AN – Já para o Catarinense?

Martinelli – O Joinville entra forte para o Campeonato Catarinense. De 2001 para 2015 são 14 anos. Lá se vão quase 15 anos. Quem sabe agora vai. Depois de dois títulos nacionais, o título estadual vai devolver uma grande alegria par ao torcedor. Esse o ano, o título nos foi tirado. Até gol de mão deram para o Figueirense. E o Joinville tinha se preparado para buscar não o título da Série B, mas o título do Catarinense, sim. Mas Deus sempre faz as coisas certas. E ele nos deu um pouquinho mais do que pedimos. Nos deu o acesso e nos presenteou com um título nacional.

AN – O que o torcedor pode esperar para o ano que vem?

Martinelli – Não foi fácil essa jornada. O que posso garantir para o torcedor é um trabalho sensato, com responsabilidade. São divisões totalmente diferentes. Série A você joga aqui com o Flamengo no domingo, já pega o Grêmio na quarta em Porto Alegre, já pega o Internacional no sábado aqui. É luta de cachorro grande. Vai haver 12 equipes para brigar pelo título e oito que vão lutar para não cair. Então temos que ser fortes como temos sido até hoje e fazer os pontos em casa, o que é muito importante. E também temos de ganhar os clássicos regionais.

AN – Como será o JEC a partir de segunda-feira?

Martinelli – A partir de segunda-feira essa cidade vai ser diferente. A gente tem que aproveitar e comemorar agora, no momento. O que era sonho para muita gente, para nós foi uma meta. O presidente não comemorou, não viajou. Eu tenho que pagar uma conta a partir de segunda-feira, premiar esses atletas que se tornaram ídolos da torcida do Joinville porque para muita gente não caiu a ficha ainda.

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AN – O que significa, pessoalmente, essa conquista?

Martinelli – Ser campeão da Série B não é para qualquer equipe. Mas título de Série B e de Série C não quero mais. Nós queremos o título catarinense a partir do ano que vem. Vamos brigar para isso. É muito importante Joinville ser campeão catarinense.