O incêndio de um ônibus no Bairro João Paulo, às 22h30min de quinta-feira colocou Florianópolis no cenário da retomada dos atentados terroristas em Santa Catarina. Até a meia-noite de sexta-feira, os ataques chegavam a oito em todo o Estado.
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No mesmo horário, dois ônibus, em Palhoça foram atacados, um da APAE de Balneário Camboriú que aguarda adesivagem e teve pneus queimados, e outro, um veículo de turismo queimado próximo a garagem da empresa Jotur. No Norte da Ilha, as informações preliminares apontam que dois veículos da empresa Canasvieiras também foram incendiados por volta de 23h40min. Um atentado aconteceu na estrada Dário Manoel Cardoso, na praia dos Ingleses e outro foi na Rodovia João Gualberto Soares, na localidade do Canto do Lamim.
Os ataques recomeçaram às 22h de quarta-feira, em Balneário Camboriú, também com um ônibus como alvo, e tiveram sequência na mesma noite em Itajaí, com uma viatura parcialmente danificada por um coquetel molotov e um bar atingido por chamas.
A delegacia de Camboriú foi atacada e o local isolado depois que uma granada caseira, feita com cano de PVC, foi arremessada. Ainda no vale, dois veículos do transporte coletivo destruídos pelo fogo, no município de Gaspar.
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Comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, o tenente-coronel Araújo Gomes informou que desde a quarta-feiras as medidas de segurança estavam intensificadas.
– Durante o dia, ficamos em alerta, com escoltas à paisana em linhas pela cidade. O próximo passo será a diminuição de linhas e um reforço na segurança de terminais e no trajeto dos ônibus – disse ele, após o primeiro ataque de quinta-feira.
Ainda na quinta, o secretário de Segurança Pública, César Grubba, também confirmava o estado de alerta. Segundo ele, não havia qualquer relação com o Primeiro Grupo da Capital nem com os atentados de novembro de 2012.
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Independente dos autores da ação, a noite de quinta-feira fez os moradores de Florianópolis reviverem o clima instaurado na cidade durante os ataques de novembro do ano passado, quando o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) comandou uma série de atentados por três dias em represália à linha-dura da direção da Penitenciária de São Pedro de Alcântara.
Pela Avenida Beira-Mar Norte, a principal da Capital, veículos com sirene aberta passavam de um lado a outro, a toda velocidade, com giroflex acionados. O voo do helicóptero por sobre os prédios também compunha o cenário que confirmava o reinício da onda de ataques do crime organizado.
::: Confira a galeria de fotos do ônibus incendiado no bairro João Paulo
Uma das barreiras foi montada
na Avenida Mauro Ramos
Foto: Cristiano Estrela/Agência RBS
Em pelo menos quatro pontos da cidade havia fiscalização militar na Capital na madrugada de sexta-feira. Embora não admitam que é uma estrategia para responder mais rapidamente a atentados em Florianópolis, os policiais militares realizam, na noite desta quinta-feira, quatro barreiras na cidade, na ponte Pedro Ivo Campos, na Prainha, no bairro Agronômica e na Avenida Mauro Ramos.
No terminal da Trindade, o acesso e a saída de ônibus foi interrompida quase no mesmo horário, sem explicação aos passageiros. No Centro, o pedido para que as linhas em direção ao Sul da Ilha fossem escoltadas.