Sobre o estado de conservação das 226 construções enxaimel de Blumenau, a conclusão geral do levantamento é de que metade deve desaparecer em cerca de 50 anos. Segundo o carpinteiro Paulo Volles, quando as casas são deixadas para as novas gerações das famílias a tendência é que o imóvel seja desfeito, já que geralmente servem de moradia para pessoas idosas e muitas não têm a manutenção adequada. Além disso, o progresso da região também tende a acabar com a simplicidade das casa enxaimel:

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– A cidade cresceu e quando essas casas foram construídas só carroças passavam nessas ruas, mas hoje passam caminhões e a casa está num lugar impossível de morar. O crescimento afetou o entorno dessas moradias, o que colabora para que elas desapareçam.

A avaliação do pesquisador é confirmada pela historiadora e diretora do Arquivo Histórico José Ferreira da Silva, Sueli Petry. Ela conta que as casas enxaimel deixaram de ser construídas _ como forma mais comum de arquitetura _ na década de 1920 e, por ser uma construção simples, dificilmente atende às necessidades (e vontades) das famílias atuais.

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– Ela não está dentro dos conceitos contemporâneos e, além disso, era uma construção funcional para aquela época. O importante é que os proprietários de hoje tenham consciência de que o patrimônio tem esse valor histórico porque representa um momento da vida daquela família e daquela sociedade. O que compete hoje é preservar isso e, quanto melhor elas (as casas) forem preservadas, mais duradoura será a existência delas.

Uma sugestão de Volles para a preservação das casas enxaimel é a relocação das edificações, já que uma das características é justamente a possibilidade da construção ser desmontada e montada em outros lugares. Segundo ele, a técnica é adotada em várias partes da Alemanha como forma de preservar a tradição.

Para Sueli, esta é uma opção para manter uma amostra do enxaimel e garantir que a tradição não se perca, porém, o valor histórico da unidade se perde quando ela sai do seu contexto paisagístico.

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