Sentado no sofá e com o notebook apoiado nas pernas Botti procurava no computador fotos e lembranças da carreira. Entre um clic e outro, virava a cabeça para esquerda para responder a reportagem do Diário Catarinense.

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Botti recebeu o DC no seu apartamento em São José. Fissurado em tecnologia, orgulhoso ele mostra seu site pessoal. Acessado pelo link botti10.com o website foi feito pelo próprio jogador. Com 31 anos, Raphael José Botti não tem assessor de imprensa particular e mora com a esposa Lívia, e o filho Jonathas, de sete anos.

? Vídeo: Botti conversa com o DC sobre a carreira, Figueirense e a amizade com Fernandes

? Confira a galeria de fotos com imagens da carreira de Botti

O meia-atacante começou a carreira no Vasco, e em 2001 foi negociado com o Jeonbuk Hyundai, da Coreia do Sul. Lá, ele permaneceu cinco anos antes de se transferir para o Japão e jogar pelo Vissel Kobe.

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Cansado da vida longe do Brasil, junto com a esposa ele decidiu voltar. O clube escolhido foi o Figueirense.

– Eu estava dez anos lá fora. Quando eu voltei de férias tinha ofertas para voltar para o Japão. Só que nesse tempo o Figueirense fez uma proposta e eu acertei aqui – disse ele.

Com a camisa do Vissel Kobe, do Japão, onde ele jogou por cinco anos. Foto: Arquivo Pessoal

Antes de acertar com o Alvinegro, o meio-campo consultou amigos para saber da estrutura. Entre eles estavam Ygor e Coutinho, parceiros de categoria de base no Vasco. Porém, foi uma conversa com Rogerinho, meia-armador que jogou no Furacão entre 2005 e 2007, que deixou ele interessado pelo clube do Estreito.

– Eu estava conversando com o Rogerinho, que passou aqui. E ele me falou: “Botti você vai gostar de jogar no Figueirense, porque é um clube legal, com boa estrutura e a cidade é muito boa”. E isso quando eu nem imaginava receber uma proposta do Figueirense – lembrou o jogador.

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No Furacão ele ainda não é titular absoluto. Prejudicado por lesões Botti trabalha para ter uma nova chance na equipe. Quem sabe contra o Palmeiras. Almir é o titular, porém ele está sofrendo com dores no pé direito e foi poupado dos dois últimos treinos com bola.

– Acredito que possa ser titular. Eu estou me sentindo bem fisicamente. Isso vai depender muito do que Argel passar para a gente no coletivo (desta Sexta-feira). Se tiver uma oportunidade estou pronto para agarrar – projetou Botti, em o único momento que ficou mais sério na entrevista.

A aposta de Argel

Durante a intertemporada do Figueirense em Atibaia (SP), em uma conversa informal Argel disse que a liberação de Botti pelo departamento médico dava para ele uma ótima opção para o meio de campo. E que ele era um jogador diferente do no elenco alvinegro. Botti, fica feliz com a confiança do chefe.

Botti comemora gol marcado sobre o Joinville durante o Campeonato Catarinense: Foto: Flávio Neves

– É igual ao seu patrão. Você percebe que ele gosta de você. Eu sei que eu tenho uma característica diferente do resto do grupo. Eu me movimento muito dentro de campo. O nosso elenco tem jogadores que guardam muito posição em campo. E lá fora é bem diferente isso. Eles exigem muito que você se movimente. E principalmente por nós sermos estrangeiros, então temos que fazer funções diferentes. E a pressão é em cima de você – explicou Botti o porque de sua característica diferenciada.

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Um pouco desse estilo foi possível observar no segundo tempo do empate entre Figueirense e Bahia. Botti entrou no time e incendiou o jogo. Apesar de a equipe não sair com a vitória, Argel elogiou a postura do time na segunda etapa.

– Sem a bola eu cumpro minha função taticamente. Que é sair na lateral e guardar a minha posição. Já com a bola eu tenho liberdade e não preciso ficar na posição. Ao contrário, eu tenho que sair e me movimentar para confundir a marcação. Até porque o nosso time estava previsível no primeiro tempo – comentou o jogador.

Botti está pouco tempo na Grande Florianópolis, mas já deu tempo de perceber a qualidade de vida e aproveitar um pouco as praias. A favorita dele é a praia da Daniela, no norte da ilha. Da cidade ele já gosta. Agora com trabalho ele espera conquistar uma vaga no time e cair nas graças do exigente torcedor do Figueirense. O objetivo é permanecer muito tempo no clube.

O amigo Fê

Botti conhece Fernandes desde 2003, quando o ídolo alvinegro jogou na Coreia do Sul. Após quase 10 anos os dois se reencontraram no Figueirense.

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– O Fê é um amigo meu. A gente inclusive é parceiro de concentração. As nossas mulheres são amigas – disse Botti.

Os elogios não param para o amigo. Botti ficou até surpreso pelo reencontro que o destino abacou preparando para os dois.

– Tive esse privilégio de jogar com ele lá na Coreia. Não imagina reencontrar ele. Para mim está sendo maravilhoso. O Fê é um exemplo, não só para nós, mas para todos – falou com um grande sorriso no rosto.

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Fernandes, Botti, Edmilson e Magno Alves, os brasileiros que jogavam no Jeonbuk Hyundai em 2003. Foto:Arquivo Pessoal

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