Se fosse apenas uma eliminação, bola pra frente, ano que vem tem mais. Mas não é só isso. A queda da Cimed nas quartas de final da Superliga masculina de vôlei – perdeu por 3 sets a 2 (25/20, 25/23, 19/25, 19/25 e 13/15) para o Minas na noite desta sexta-feira, em Florianópolis – pelo segundo ano consecutivo exige uma reflexão.
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Os outros times melhoraram ou é a filosofia de trabalho caducou? É o fim de um projeto, como insistem os boatos, ou foi mais um acidente de percurso?
Qualquer que seja a projeção, o fato é que foi uma temporada atípica. Primeiro, na construção do elenco. A parceria com a Sky, operadora de televisão a cabo, trouxe a Florianópolis os medalhões Giba e Gustavo, dois craques consagrados da Seleção Brasileira, mas que não deram sorte no retorno ao vôlei nacional. Foi a primeira vez em que um supertime foi montado, em sete anos de projeto.
Nos cinco primeiros anos, foram cinco finais e quatro títulos. Aí aumentou o nível da concorrência e os catarinenses caíram nas quartas de final na edição passada, perdendo para os “galácticos” do Vôlei Futuro – que está em mais uma semifinal, contra o Rio de Janeiro, outro time de estrelas montado de uma hora para a outra. Será que este é o segredo? Montar supertimes? Por aqui, não funcionou.
A segunda ponta solta: o que aconteceu com o técnico Marcos Pacheco, comandante da equipe em sua fase mais vitoriosa? O que estressou tanto o treinador a ponto dele decidir abandonar o barco? As respostas só virão quando a poeira baixar. Isso teve influência no resultado do time em quadra? Ninguém conseguiria provar.
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A terceira e derradeira questão: foi o último ano do tetracampeão nacional? Nos bastidores, mais uma vez, como tem acontecido com frequência a cada fim de temporada, especula-se a extinção do time. A Cimed, a grande patrocinadora, já teria transferido boa parte da sua logística operacional para São Paulo, o que aumentou os rumores. Isso, em si, não é novidade. Novo é o contexto: saiu o mar de tranquilidade de uma equipe vencedora, entra a inquietação de um projeto que começa a patinar nas conquistas.
Só há uma certeza: a torcida de Florianópolis mostrou que ama o vôlei e está pronta para apoiar seu time, de braços totalmente abertos. Se isso pesa na decisão, já é meio caminho andado para que o projeto que deu tão certo no início, seja apenas reconstruído, e não, abandonado.