O Minas venceu a Cimed/Sky por 3 sets a 2 (25/20, 25/23, 19/25, 19/25 e 13/15) na noite desta sexta-feira, no Capoeirão, em Florianópolis, e conquistou uma vaga na semifinal da Superliga masculina de vôlei. O adversário sairá do duelo entre Cruzeiro e São Bernardo, sábado, em Belo Horizonte.
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A outra semifinal está definida, entre Vôlei Futuro e Rio de Janeiro.
O jogo
O técnico do Minas, Marcelo Frankowiak, resolveu entrar em quadra com um time diferente do habitual. Talvez pela intenção de surpreender o adversário, talvez por ter ficado satisfeito com a formação que terminou o segundo jogo do playoff – e venceu -, na semana passada, em Belo Horizonte, o fato é que os reservas Bruno (ponta) e Otávio (central) ganharam uma vaga na equipe.
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Na Cimed, nenhuma surpresa. Com o time já bem conhecido (Bruno e Rivaldo; Renato e João Paulo; Gustavo e Éder) pela torcida, os catarinenses entraram em quadra confiantes. Tão confiante que nem os problemas de virada de bola no início do primeiro set comprometeram a apresentação da equipe. Logo que os nervos foram para o lugar, o anfitrião comandou o placar. Com saque eficiente, dificultou a armação de ataque dos mineiros e facilitou o trabalho do bloqueio, que anotou três pontos na parcial.
A superioridade era tão grande que a Cimed chegou a abrir nove pontos de vantagem. Aí o Minas acordou. A reação começou no primeiro bloqueio dos visitantes, no 22/15, quando o tcheco Filip pegou o aniversariante da noite, o ponteiro João Paulo Tavares. Com mais volume de jogo, os visitantes diminuíram a diferença para cinco pontos, mas Eder fechou o set em um ataque pelo meio.
Uma nova formação
Como a ideia inicial não funcionou, Frankowiak retornou para o segundo set com o ponta Manius de volta ao time titular, e inverteu o posicionamento dos ponteiros, saindo com a revelação Lucarelli no fundo de quadra. A alteração funcionou e a rede do Minas encaixou a marcação no ataque da Cimed. Resultado: três pontos de bloqueio dos mineiros até o primeiro tempo técnico, e três pontos de diferença no marcador em favor dos visitantes.
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Com o apoio da torcida, o time de Floripa reagiu após o segundo tempo técnico. Em uma boa sequência de saque do levantador Bruninho (primeiro, pressionando o garoto Lucarelli, sempre caçado na linha de passe; depois, tirando a velocidade do ponteiro da rede), a Cimed passou à frente. Mesmo com uma sucessão de erros na reta final, a equipe da casa contou com as pancadas do oposto Rivaldo, maior pontuador do confronto até então, e o bloqueio de Éder (de novo ele!) para fechar o set.
Reação mineira
Faltava apenas um para chegar à semifinal. E para o Minas, era a última chance. Por isso, o treinador mexeu mais uma vez na formação inicial: trocou novamente a posição dos passadores e inverteu as redes de saída. Isso geralmente mexe com a estrutura de jogo, porque altera o encaixe dos atacantes com o bloqueio adversário e pode confundir uma marcação pré-determinada. Deu certo, porque quem assumiu o controle do jogo foram os visitantes.
Outro fator que contribuiu para a mudança de panorama na partida foi a eficiência no saque: a da Cimed caiu assustadoramente, e a do Minas, cresceu demais. Tanto que foram dois pontos diretos de saque e mais três de bloqueio até o segundo tempo técnico, quando os mineiros conseguiram cinco pontos de vantagem.
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Aí, o técnico Douglas Chiarotti precisou mudar o sexteto da Capital pela primeira vez para tentar voltar a brigar pelo set. Primeiro, mexeu no passe, trocando Renato pelo curinga Badá, que é líbero e ponta. Depois, mudou os opostos, com a entrada do gigante Kaio (2m08cm). Não deu. Sai Bruninho, entra o garoto Murilo Radke, jovem promessa que se destacou nas categorias de base da Seleção Brasileira. Mas nem o levantador de 1m98cm conseguiu evitar a derrota na parcial, que manteve o Minas vivo.
Tudo igual
O Minas entrou no quarto set com a confiança renovada. O duelo dos técnicos continuou: uma rotação adiantada aqui, uma rotação atrasada lá e as redes continuaram casadas como o time mineiro queria. A proximidade da definição do duelo foi deixando os jogadores nervosos. Na Cimed, era a ansiedade pela vitória; no Minas, a angústia da sobrevivência. Os nervos estavam tão à flor da pele que Marcelinho e Gustavo, dois velhos companheiros de Seleção, se estranharam na rede e foram advertidos pela arbitragem.
O jogo estava na mão dos visitantes. Tanto que o técnico Douglas já tinha queimado seus dois pedidos de tempo quando o placar marcava 13/8 para o adversário. Mas não tinha jeito. Sacando melhor, bloqueando melhor e com um ataque inspirado, o Minas foi soberano e levou o jogo para o tie-break.
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A definição Em um quinto set que define os rumos de todo um projeto, não se pode errar. É set curto, de 15 pontos, não há tempo para recuperar. Foi o que aconteceu com a Cimed. A dificuldade na virada de bola provocou erros que custaram a vaga na semifinal. Agora, só o Minas pode ser tetracampeão.