O motorista de caminhão que foi feito refém durante seis horas e ficou amarrado em uma árvore por mais de quatro horas conta que passou momentos de tensão com os cinco assaltantes que levaram ele de Indaial a Ibirama, no Vale do Itajaí. Tudo começou quando Marcos Vinícius Detanico recebeu a ligação de um deles solicitando um guincho na BR-470, em Indaial. Ao chegar no local, ele foi abordado por cinco homens que saíram do mato armados. O motorista foi amarrado e colocado no porta-malas de um Monza que seguiu até Ibirama. Lá, a vítima foi abandonada e amarrada em uma árvore e só conseguiu se soltar quatro horas depois.
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O que eles falaram para você quando solicitaram o guincho?
Marcos Vinícius Detanico – Eles pediram para eu rebocar em Indaial para trazer para uma mecânica em Blumenau, no bairro Itoupavazinha, que a gente presta serviço, por volta das 21h15min de quarta-feira. Ao chegar ao local, estava abaixando a plataforma para botar o carro em cima e os cinco me renderam com armas, me amarraram com fitas e me colocaram no porta-malas do Monza. Vi cerca de três armas com eles. Dois deles foram embora com o caminhão e outros três foram junto no carro comigo.
Jornal de Santa Catarina – Quando você se deu conta que estava em Ibirama?
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Marcos Vinícius Detanico – Fiquei a viagem toda dentro do porta-malas. Não conseguia ouvir o que eles falavam e o carro só parou porque acabou a gasolina na serra de Ibirama. Eles pararam o veículo, me tiraram do porta-malas e me jogaram morro à baixo com socos, chutes e pontapés. Só parei de rolar porque dei de frente com uma cerca. Foi então que eles me amarram em uma árvore no meio do mato onde eu fiquei até das 23h às 4h.
Jornal de Santa Catarina – O que eles falavam contigo enquanto ficaram com você no meio do mato?
Marcos Vinícius Detanico – A todo momento me ameaçavam. Se eu me mexesse, eles davam coronhada. Um deles que ficou comigo até as 4h parecia estar drogado, ficava cantando rap e brincando com a arma. Às vezes, ele apontava a arma na minha cara e falava “se você não colaborar, você vai para o inferno”. Eles também estavam com meu telefone e minha mulher ficava ligando direto. Eles me perguntaram quem era, e eu falei que era minha esposa e eles disseram que eu não precisava me preocupar porque eles iam cuidar dela. Eles pareciam ter entre 18 e 22 anos.
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Jornal de Santa Catarina – Como você conseguiu se soltar?
Marcos Vinícius Detanico – Quando eu rolei lá para baixo eles rasgaram a minha camisa e usaram ela para me amarrar melhor. Também usaram o cadarço do meu tênis e fiação do som do carro para me amarrar. Eles também me amordaçaram com a minha camisa e amarraram minha cabeça na árvore. O homem que ficou comigo umas duas ou três horas comigo subiu o barranco para ver se vinha alguém e neste momento eu consegui me soltar, pulei a cerca de arame e sai correndo. Eu corri, me escondi na mata por um tempo, passei por um banhado e encontrei uma casa. Lá, eu contei a história para o casal e me recebeu. Me deram roupa e chamaram minha família e a polícia.
Jornal de Santa Catarina – Você conseguiu manter a calma?
Marcos Vinícius Detanico – Ficava quieto e fica pensando em uma maneira de fugir. Fiquei bem machucado. Estou com os pulsos machucados. Minhas costas e meu ombro estão machucados. Estou com bastante dor na virilha e nas pernas também, mas só vou fazer o exame de corpo de delito na segunda-feira porque a polícia emendou o feriado.
Os assaltantes seguiram com o caminhão em direção a Blumenau. O veículo roubado é um VW 8140, tem cor branca e placas MAM-8116 de Blumenau. Até o momento, nenhum suspeito foi localizado. Qualquer informação referente ao roubo informar a PM pelo telefone 190.
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