Com 69% da população com pouco ou nenhum interesse, Santa Catarina é o Estado que até agora demonstrou estar mais desinteressado pelo que pode ocorrer nas eleições do ano que vem, que irão definir presidente, governador, senador e os parlamentares da Câmara dos Deputados e da Assembleia.
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Apesar de ser uma tendência em todo o país, a questão se mostra de forma mais exacerbada em SC de acordo com o diretor de negócios e opinião pública e política do Ibope, Hélio Gastaldi. E a alta poderia estar ligada às manifestações que ocorreram no país.
– De alguma maneira ainda é um reflexo disso, mas não me parece que destoa tanto de outras pesquisas – avaliou o doutor em Ciência Política Julian Borba.
A falta de interesse só deve se reverter com a proximidade das eleições em 2014. E, para o professor, o brasileiro e o catarinense não destoam também de outros países da América Latina, que apresentam números semelhantes. O que estaria mais presente aqui é uma tendência de não acreditar no processo eleitoral como uma ferramenta de transformação.
A pesquisa Ibope ouviu 812 pessoas em Santa Catarina entre 29 de setembro e 2 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
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A aversão ao processo político também se mostrou nos altos índices de rejeição dos nomes apresentados ao entrevistados, independentemente de serem muito ou pouco conhecidos. O deputado federal Décio Lima é o que tem maior índice, com 33%, e o vereador por Florianópolis Afrânio Boppré (PSOL) tem o menor, 27%.
– Nós interpretamos como desreconhecimento da sociedade civil à classe política e aos seus operadores. As regras do jogo permitiram a essa classe política que tivesse uma performance aquém nos últimos 20, 30 anos, que aparece hoje como ilegítima, apesar de legal – diz o diretor do Instituto Ágora em Defesa do Eleitor e da Democracia, Gilberto Palma.