Sem surpresas, o plenário da Assembleia Legislativa deve ratificar hoje, na volta do recesso, o acordo para divisão do mandato entre os tradicionais rivais PP e PMDB na sucessão do presidente Gelson Merisio (PSD). O anúncio foi feito em novembro, quando as bancadas dos dois partidos e o PSD chegaram ao consenso em torno dos nomes de Silvio Dreveck (PP) para comandar o parlamento em 2017 e Aldo Schneider (PMDB) em 2018.

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Upiara Boschi: acordo por Silvio Dreveck mantém Merisio forte na Alesc

A expectativa na Assembleia é de que o pepista tenha um ano sem sobressaltos na condução do parlamento. Não devem entrar na pauta projetos com temas polêmicos, especialmente envolvendo funcionalismo _ como aconteceu nas tensas sessões de 2015 que votaram a reforma da previdência e o plano de carreira dos professores.

— A gente não pode prever se haverá algum tema mais polêmico, mas a tendência é que seja um ano muito mais tranquilo do que foi 2015, quando votamos temas muito importantes e que garantiram a Santa Catarina uma situação financeira melhor — afirma Dreveck.

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Os últimos detalhes para o acerto, envolvendo as demais vagas na mesa diretora e o comando das principais comissões, foram definidas ontem em reunião com os líderes das bancadas partidárias. A principal disputa envolvia a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por onde passam todos os projetos em tramitação na Assembleia.

Em nome do acordo que vai levar o partido à presidência em 2018, o PMDB abriu mão da posição que ocupava há 10 anos — até o ano passado com o deputado Mauro de Nadal. A vaga também era postulada pelo PSDB, mas os pessedistas apontaram que têm maior bancada e estão fora da presidência e das funções de vice na mesa diretora. Em compensação, os tucanos mantiveram o comando da Comissão de Finanças, que deve continuar com Marcos Vieira (PSDB).

— Cedemos mais do que precisaríamos, pelo tamanho da nossa bancada. O partido agiu com maturidade para viabilizar esse acordo, mas deixamos claro aos demais líderes que perdemos visibilidade — afirmou o líder da bancada do PMDB, Valdir Cobalchini.

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Com a mudança, o PSD garante maior controle sobre a tramitação dos projetos. O nome à frente da comissão será Jean Kuhlmann.

O acordo para eleição de Silvio Dreveck também garante continuidade administrativa na Assembleia. Indicado graças ao apoio do PSD, o pepista vai manter boa parte dos cargos de direção de Gelson Merisio. Além disso, reforça a parceria entre os dois partidos visando uma aliança em 2018.

— Vivemos uma crise econômica, política e financeira. Sabemos que 2017, pelo menos o primeiro semestre, não será um mar de rosas. Merisio fez um grande trabalho e a ideia é dar continuidade — diz Dreveck.

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— Não existe continuidade de gestão porque cada um tem seu perfil. Mas o perfil dele é parecido com o meu. É um gesto claro de fortalecimento de um aliado em potencial — afirma Merisio.