Já faz 16 anos que a Assembleia Legislativa não vive uma disputa em plenário pela presidência do parlamento. Foi em 2001 que Onofre Agostini venceu Jorginho Mello em uma eleição acirrada e judicializada. Desde então, valeu a regra da disputa de bastidores até que algum grupo político alcance os 21 votos necessários para a vitória e conduza os rateio de cargos e posições entre todas as bancadas – a chamada mesa eclética.

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Alesc terá divisão de mandato entre Dreveck (PP) e Schneider (PMDB)

O presidente que deixa o comanda da Assembleia nesta quarta-feira, Gelson Merisio (PSD), é um expert nessa modalidade de eleição. Com dois mandatos e meio, comandou o parlamento por cinco dos últimos sete anos. Assim como o ex-presidente Júlio Garcia, hoje conselheiro do TCE, manteve um estilo que misturou comando sobre seu grupo político e ascendência sobre demais partidos e instituições. A eleição de Silvio Dreveck (PP) tem suas digitais e marca uma espécie de continuidade administrativa, embora no plano original do pessedista a divisão do mandato tivesse um nome do PSDB no segundo ano – considerando que ele pretende ter o PMDB como adversário na disputa pelo governo em 2018.

O estilo de Merisio marcou o Legislativa nos últimos anos. A expectativa de que 2017 seja um ano sem maiores polêmicas no parlamento também é uma consequência disso. A Assembleia quase explodiu no final de 2015, quando foi necessário reforço policial para que os deputados votassem a reforma da previdência e o plano de carreira dos professores. O governador Raimundo Colombo (PSD) mandou os projetos, mas quem garantiu a aprovação em meio à pressão dos servidores foi Merisio. Não há no horizonte medidas que tenham tamanho clamor — nem agora nem no próximo ano. Pequenas reformas estão previstas, como o fim de Codesc, Cohab e Bescor, já em tramitação. Mas temas defendidos pelo próprio Colombo, como o fim de triênios e licenças-prêmio para os servidores públicos estaduais, não devem ser analisados em 2017.

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É o último ano completo do governador no cargo, considerando que em 2018 ele renuncia para concorrer ao Senado. É o primeiro ano de Merisio na planície e pilotando a presidência do PSD estadual para viabilizar a candidatura a governador. Não é hora de confronto.

— Avião pousando não faz pirueta — admite Merisio.