Responsável pela denúncia que garantiu julgamento em júri popular para o assassino confesso da universitária Mara Tayana Decker, 19 anos, o promotor de Justiça Ricardo Paladino destacou que o segurança Leandro Emilio da Silva Soares, 27 anos, “não esboça nenhuma reação emotiva” ao comentar o interrogatório do acusado, na tarde desta quinta-feira.
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Ainda segundo o promotor, Leandro assumiu a autoria do crime, mas insistiu em uma versão que não encontra amparo nas provas colhidas durante a investigação.
Confira a entrevista realizada com o promotor nesta quinta:
Reportagem – O que foi avaliado para o caso ir a júri?
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Ricardo Paladino – A sentença de pronúncia analisou se havia prova da existência dos crimes e da autoria. Como isso já ficou muito bem demonstrado, de fato a juíza determinou o julgamento pelo tribunal popular. A expectativa do Ministério Público é de que ocorra no prazo mais curto possível.
Reportagem – Que tipo de reação o réu demonstrou?
Paladino – O réu renovou a tese dele na fase policial, dizendo que já havia uma animosidade com a vítima e que a vítima, naquela noite, o atacou, o provocou e, por conta disso, ele acabou cometendo o homicídio e, após, promovendo o esquartejamento do corpo.
Reportagem – Algum fato surpreendeu o senhor?
Paladino – O que me surpreendeu é que, mesmo entre as testemunhas de defesa, não há uma só que confirme o que ele falou. Pelo contrário, a prova veio toda no mesmo sentido, de que eles não se conheciam e que, em momento algum, ela teve qualquer contato com ele dentro de algum estabelecimento na Via Gastronômica, assim como não existia qualquer motivação para cometer qualquer um dos crimes.
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Reportagem – Ele demonstrou frieza?
Paladino – Ele não esboça nenhuma reação emotiva. Não chora, não sorri, não mostra exaltação. Me parece que ele veio com uma tese pronta, só que esta tese não tem comprovação nenhuma na prova do processo.
Reportagem – A pena pode chegar a quase 60 anos de prisão. Há como alcançar isso no júri?
Paladino – Sim, porque tudo se considera no júri. O sofrimento imposto à menina, todas as circunstâncias que ele usou para cometer o crime. O meu pedido será o de que ele receba pena máxima por cada um dos crimes.