A construção da história de uma pessoa começa a partir do nascimento. Tudo é moldado a partir do momento em que o bebê vem ao mundo.
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É com esse pensamento, a professora Mariana Coral desenvolveu um projeto que valoriza a capacidade de aprendizado de crianças de zero a três anos do Centro de Educação Infantil (CEI) Luiza Maria Veiga, no bairro Guanabara, em Joinville.
Por causa do projeto, ela já foi reconhecida nacionalmente em uma das categorias do Prêmio Professores do Brasil 2015. O projeto começou em 2013 e foi finalizado no ano passado, em uma sala com 16 bebês que eram acompanhados por Mariana e por outras três auxiliares.
A ideia consistia em tirar as crianças de dentro da sala de aula e fazer com que elas explorassem diferentes ambientes da escola. Foi um trabalho que envolveu também as famílias, que eram informadas das atividades desenvolvidas por meio de murais fotográficos e um portfólio enviado para casa.
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A educadora conta que, aos poucos, os pais começaram a se envolver e entender que as crianças tinham capacidade de explorar outras atividades, como brincar nos quintais de casa e mexer com a terra.
– Aqui não é só um espaço de cuidado, mas também de interação e dedicação. Às vezes, os pais deixavam as crianças dormindo no CEI e, quando vinham buscá-las, elas também estavam dormindo. Para quem não conhece, pensa que não é realizado nada durante esse período – explica a professora.
Desde maio, Mariana não faz mais parte do corpo docente do CEI Luiza Maria Vega. Hoje, ela atua como auxiliar de direção no CEI Fátima. Lá, desenvolve as mesmas ideias, sempre inspiradas na abordagem de Reggio Emilia, uma cidade italiana referência mundial em educação infantil.
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Lá, os italianos reconhecem a criança como um sujeito de direito, que vive aquilo que está acontecendo no momento e não o que ainda está por vir.
– É procurar olhar as crianças como um sujeito e não como o professor superior a elas. É vê-las iguais no sentido de ser humano. Temos mais conhecimento, mas, às vezes, elas trazem coisas que mesmo a gente não sabe – conta.
Além do Prêmio Professores do Brasil, Mariana já havia recebido um reconhecimento nacional ao publicar artigo na primeira edição da revista digital Diálogos em Rede, da RedSolare Brasil. A publicação foi lançada no início do ano passado para 13 países. Em seu trabalho, ela explica como bebês de três meses a um ano de idade conseguem reconhecer e representar o próprio corpo.
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