A série de sabatinas com os principais candidatos à presidência da República do Jornal Nacional teve nesta terça-feira o representante do PSB, Eduardo Campos, como entrevistado.
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Patrícia Poeta abriu as perguntas na bancada, questionando ao candidato qual promessa ele deixará de cumprir, já que suas as principais promessas – como escola em tempo integral, passe livre para estudantes do ensino público, aumento dos investimentos em saúde para 10% das receitas da União e multiplicar por 10 o orçamento para segurança – significam aumento dos gastos públicos, enquanto outra proposta é reduzir a inflação, o que exige cortes nos gastos.
Campos afirmou que só há uma promessa em sua campanha: “Melhorar a vida do povo brasileiro”.
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– O povo apresentou nas ruas uma nova pauta, com foco na saúde, educação e segurança. Estamos fazendo contas e sabemos que as promessas são possíveis. Queremos fazer o Brasil voltar a crescer – complementou o candidato.
A apresentadora afirmou que, segundo os economistas, para combater a inflação é preciso fazer cortes severos nos gastos públicos, e perguntou ao candidato pretende fazer isso.
– A inflação não pode ser combatida apenas com a taxa de juros, como vem sendo feito no Brasil. É preciso ter regras seguras, pois as regras que mudam todo dia no Brasil fazem com que o preço do dinheiro suba, é o chamado “custo Brasil”. É preciso enfrentar a inflação, porque ela está corroendo os salários.
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Patrícia então questionou se seria justo dizer ao eleitor que sob a administração do candidato, o próximo ano seria duro.
– Duro está sendo este ano, quando o Brasil perde de 7 a 1 fora de campo também, com a inflação e a expectativa de aumento do custo de energia e do combustível. O próximo ano vai ser melhor que 2014, porque vamos enfrentar dos problemas – respondeu Campos.
Em sua primeira pergunta, William Bonner questionou se o candidato considera nepotismo ter se articulado com Lula para eleger sua mãe, a então deputada federal Ana Arraes (PSB), como ministra do Tribunal de Contas da União (TCU).
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– Se a nomeação fosse minha, seria nepotismo – respondeu Campos, acrescentando que sua mãe tem um desempenho exemplar no cargo.
O apresentador insistiu:
– Não estou colocando em questão os méritos da sua mãe, mas sim o senhor ter usado o seu prestígio em uma campanha para que ela ocupasse um cargo público. O senhor acha que isso foi um bom exemplo para o país?
Campos respondeu dizendo que a apoiou como apoiaria qualquer outra pessoa do seu partido, e acrescentou que não vê nada de errado na atitude.
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Patrícia acrescentou que o candidato também indicou um primo e um primo da mulher para trabalharem no Tribunal de Contas do Estado (TCE) de Pernambuco, quando ele era governador. Campos se defendeu dizendo que eles se candidataram na Assembleia Legislativa, e que não há problema legal nisso.
Sobre a aliança do candidato com Marina Silva, Bonner afirmou que a candidata à vice-presidência fez restrições ao agronegócio e foi contra a votação do Código Florestal, enquanto o PSB apoiou a proposta. O apresentador questionou ao candidato como ele pretende resolver a contradição de opiniões dentro da chapa.
– Com diálogo. A Marina não tem nada contra o agronegócio ou a indústria, mas defende o desenvolvimento econômico com respeito à natureza e inclusão. Nossa aliança não é feita com base na minha opinião ou na da Marina. No caso do Código Florestal, nossa bancada se dividiu, e eu defendi a posição da Marina.
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Em seguida, Patrícia Poeta afirmou que o PSB colaborou com o PT, inclusive com Campos como ministro da Ciência e Tecnologia, e perguntou o motivo de o candidato ter abandonado a aliança.
– Já em 2012, enfrentamos o PT em vários cenários. O PSB apoiou outros candidatos, e vínhamos em um processo de afastamento. A promessa de mudança do governo não aconteceu e muitas pessoas se frustraram – relatou o candidato.
O próximo candidato a ser entrevistado pelo jornal é a presidente Dilma Rousseff. Na segunda-feira, o convidado foi Aécio Neves. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio, com a presença de representantes dos partidos, e o critério de seleção para as sabatinas são candidatos com pontuação igual ou superior a 3% nas pesquisas Datafolha/ IBOPE mais recentes.
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