O Jornal Nacional inaugurou nesta segunda-feira uma série de sabatinas com os principais candidatos à presidência da República. Conforme os apresentadores do programa, a ordem das entrevistas foi definida por sorteio, com a presença dos representantes de cada partido. O senador Aécio Neves, do PSDB, foi o primeiro a comparecer na bancada.
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Logo no início, o jornalista Willian Bonner questionou como o candidato poderia fazer os ajustes considerados necessários à economia brasileira sem fazer cortes profundos ou aumentar o preço da energia elétrica e dos combustíveis.
Aécio respondeu que iria tomar todas as medidas necessárias para que o Brasil retomasse o crescimento minimamente aceitável e que o país estava na lanterna do crescimento na América do Sul, lutando novamente contra a inflação.
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– Nós vamos, sim, enxugar o Estado. Não é admissível que nós tenhamos 39 ministérios incapazes de entregar serviços de qualidade às pessoas.
Ao final da resposta Bonner, a repetiu a pergunta:
– Mas o senhor não respondeu minha pergunta. Entre essas necessidades estão os cortes de gastos públicos e o fim da defasagem das tarifas de energia e gasolina?
O senador disse que seu governo teria previsibilidade.
– Vamos fazer os ajustes necessários. É obvio que nós vamos ter que viver um processo de realinhamento desses preços. Eu não vou ter medo de fazer o que for necessário para controlar a inflação, retomar o crescimento e principalmente a confiança perdida no Brasil.
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Em seguida, Patrícia Poeta, a colega de Bonner na bancada, lembrou que tanto o PT, com o Mensalão, quanto PSDB, com o Mensalão mineiro, têm a imagem manchada pela corrupção. Diante disso, questionou:
– Qual a diferença entre os dois partidos no caso da corrupção?
Aécio respondeu que a mais alta corte do país, em referência ao STF, havia condenado à prisão políticos petistas e que se algum político do PSDB fosse condenado, não seria tratado como um herói.
Sobre o ex-senador Eduardo Azeredo, réu no processo do mensalão mineiro, participar de sua campanha, o candidato argumentou que Azeredo não havia sido condenado e que qualquer cidadão tinha o direito de se defender.
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Bonner então tocou no ponto que vem sendo o mais polêmico na campanha de Aécio, o aeroporto:
– Candidato, quando o senhor era governador de Minas, o senhor construiu um aeroporto no município de Cláudio, perto da fazenda da sua família. Mesmo aos olhos da comunidade local, o senhor considera republicano construir um aeroporto que poderia ser visto como um benefício à sua família?
Aécio defendeu seu governo citando obras de investimento em infraestrutura para integrar os 853 municípios de Minas Gerais, entre eles o Proaero, que, segundo o candidato, ligou 29 cidades de um total de 92 aeroportos, como instrumento de desenvolvimento regional.
– Nesse caso, se houve algum prejudicado foi esse meu tio-avô, porque o Estado avaliou aquela área em R$ 1 milhão e ele reivindica na Justiça R$ 9 milhões. Foi feito de forma absolutamente transparente e republicana. A população daquela localidade sabe a importância daquele aeródromo.
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Aécio disse também que não possuía constrangimento ético por ter utilizado a pista pois não sabia que ela não havia sido homologada pela ANAC.
– A cidade precisava desse aeroporto.
Nas considerações finais, Aécio pediu os votos dos brasileiros, prometeu fazer um governo para as pessoas, para melhorar o Brasil e sob o lema de ética com eficiência.
Na terça-feira, será a vez de Eduardo Campos, do PSB, participar da entrevista na bancada. Na quarta, dia 13, a presidente Dilma Rousseff, do PT, recebe os jornalistas no Palácio do Planalto, e na quinta, dia 14, Pastor Everaldo, do PSC, encerra o primeiro ciclo de entrevistas. O critério de seleção para as sabatinas são candidatos com pontuação igual ou superior a 3% nas pesquisas Datafolha/ IBOPE mais recentes.
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