A espera por uma decisão judicial não será de braços cruzados para cerca de 90 pessoas envolvidas na produção e nas atividades administrativas e de suporte na Metalúrgica Duque, na zona Norte de Joinville.

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Os gestores da empresa, que teve o plano de recuperação rejeitado em assembleia realizada no último dia 3, abriram ontem a produção para uma visita da imprensa e para mostrar que os motores da indústria estão ligados _ embora, por enquanto, ainda em marcha lenta.

:: Assembleia encaminha falência da Metalúrgica Duque, de Joinville

Nos três galpões onde estão as máquinas, cerca de 70 homens e mulheres se dividem em funções que vão desde a produção de cestas para geladeiras (aquelas cestinhas de metal que parecem uma grade, onde são colocadas as frutas e verduras) e trampes de fogões (as grades de ferro que vão sobre as chamas), até o acabamento e a preparação para o transporte das caixas com os produtos.

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Com menos de 10% da capacidade total da indústria está sendo utilizada, é estranho andar entre modernos mas desligados tornos CNC (sigla para controle numérico computadorizado, um tipo de máquina em que quase tudo é possível programar em vez de ajustar manualmente).

Mesmo com a energia elétrica agora renegociada com a Celesc e com os pagamentos em dia, boa parte do ambiente fica no escuro, no silêncio.

A visita foi monitorada pelo gestor da área de produção, Juciney Dalsenter, e o consultor Magnus Carvalho do Couto, da Value Assessoria de Negócios e Gestão Empresarial. Os dois fizeram questão de mostrar cada processo, cada dobra, cada solda, cada etapa de pintura e acabamento dos produtos.

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_ Temos muita esperança de ver o plano de recuperação aprovado. A aprovação pela Justiça facilitaria muito a nossa vida _ diz Dalsenter, lembrando que é um desejo não apenas da maioria dos credores, mas também dos funcionários, das famílias e, agora, dos clientes que estão voltando a negociar com a empresa.

De acordo com Magnus, os clientes maiores já estão buscando ajudar a Duque e a decisão da Justiça, se for favorável ao plano, pode atrair os outros, menores, mas também importantes para a recuperação.

Portas fechadas com o Itaú

Uma das vantagens da Duque em relação às concorrentes é a capacidade instalada de produção.

Para cada máquina funcionando, há duas, três (até dez) que podem entrar em operação de imediato.

Quanto à negociação com o Itaú, banco que teve papel decisivo no resultado negativo ao plano por ser o principal credor da companhia, os gestores dizem que não há, por enquanto, nenhuma porta aberta. A expectativa é de que a Justiça decida. Sozinho, o Itaú detém mais de 70% dos créditos em sua categoria, o suficiente para direcionar a votação a seu favor.

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Antes de dar a sentença, a juíza da 6ª Vara Cível de Joinville, Viviane Speck de Souza, responsável pelo caso, deve ouvir o Ministério Público e o administrador judicial.

A expectativa é de que a decisão da Justiça fique para 2015.