O empresário Elizeu Kopp não compareceu ao depoimento para o qual havia sido convocado na CPI dos Radares, na Câmara Municipal de Florianópolis, na tarde desta quinta-feira. Ele é dono da Kopp Engenharia, empresa investigada durante a Operação Ave de Rapina, e apresentou um atestado médico alegando estar com meningite bacteriana. Kopp já foi preso preventivamente no ano passado sob a suspeita de fraudar processos licitatórios da prefeitura de Florianópolis.

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Quem apareceu para depor foi o ex-diretor de Licitações da Prefeitura de Florianópolis, Jarrie Albani Leiria. Aos vereadores, ele destacou que a decisão final em cada processo que passava pelo setor de licitações era de responsabilidade do Comitê Gestor, do qual ele participava de reuniões apenas para prestar esclarecimentos.

Leiria informou ainda que conhece apenas profissionalmente os servidores Adriano Melo, Théo Mattos e Júlio Pereira Machado, apreendidos com cerca de R$ 100 mil e aditivo contratual para a empresa Kopp em setembro de 2014 no Rio Grande do Sul. O caso culminou na Operação Ave de Rapina, da Polícia Federal.

O ex-diretor garantiu ainda que soube da apreensão por meio da imprensa e nada mudou no trabalho da diretoria de Licitações depois do ocorrido. Leiria também reconheceu que há falhas nos processos licitatórios e enfatizou que no setor há mais funcionários comissionados do que efetivos:

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– Deveria ser aumentada a fiscalização interna na prefeitura para evitar erros e a diretoria deveria ser tocada por maior número de servidores de carreira – disse.

Entenda a CPI dos Radares

A CPI dos Radares foi instalada pela Câmara de Florianópolis em novembro do ano passado para averiguar a atuação dos guardas municipais Júlio Pereira Machado, o Caju, Jean Carlos Viana e do motorista Theo Mattos, apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal com R$ 100 mil e um aditivo contratual para a Kopp Engenharia. Desde o início dos trabalhos, já foram ouvidos 23 depoimentos, entre eles os dos agentes apreendidos.

A Operação Ave de Rapina chegou a prender executivos da Kopp, que cuidava dos radares, e da Focalle, operadora dos semáforos da Capital. A Prefeitura de Florianópolis rompeu o contrato com as empresas e a cidade segue sem radares, situação que deve continuar pelo menos até meados de 2016.

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