O caso de linchamento do desempregado Adilson Feliciana, de 33 anos, no loteamento Juquiá, na zona Sul de Joinville, pode ter pelo menos outros dois fatores envolvidos: o tráfico de drogas e o abuso de uma menor de idade.

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Adilson foi assassinado na última sexta-feira à noite por cerca de 15 pessoas, inclusive crianças e adolescentes. Eles usaram pedras, tijolos, ferramentas e uma faca para matar Adilson, depois de acuá-lo nos fundos de uma casa do loteamento.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Joinville que será entregue à Polícia Civil aponta que ele morreu de choque hemorrágico, que nada mais é do que a rápida e intensa perda de sangue pelo corpo. O choque hemorrágico é a principal causa de morte de vítimas politraumatizadas (por quedas, batidas, lesões e perfurações). Além de várias pedradas, inclusive na cabeça, ele sofreu trauma no tórax causado pelas agressões.

Ninguém apresentou queixa por estupro

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A Divisão de Investigação Criminal (DIC) é responsável pelas investigações. Por enquanto, nenhuma hipótese está descartada. A causa apontada por alguns moradores logo após o crime – de que Adilson teria estuprado uma menina – é a mais remota das hipóteses, já que ninguém se apresentou como vítima de estupro no fim de semana.

O mais provável é que o abuso de uma menor – com quem Adilson estava se encontrando nos últimos dias e com quem teria brigado na noite de sexta-feira – e a participação de um traficante da região tenham levado à morte dele.

Segundo os moradores, o crime foi incentivado por um dos traficantes que atua no Juquiá. A Polícia Civil já tem essas informações, mas o trabalho de ouvir testemunhas deve começar nos próximos dias. Temendo represálias, os moradores que testemunharam o linchamento preferem não falar com a polícia.

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Confira o vídeo do depoimento da testemunha: