Após uma rebelião e fuga na noite de quinta-feira, dois adolescentes infratores ainda continuam foragidos do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) para adolescentes infratores, em São José, na Grande Florianópolis. Segundo o secretário interino da Secretaria de Justiça e Cidadania, Leandro Lima, ao total 11 jovens conseguiram fugir, porém nove foram recapturadas durante a noite e madrugada.

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::: Adolescentes infratores fazem rebelião e reféns no Centro de Atendimento Socioeducativo da Grande Florianópolis

::: Case da Grande Florianópolis deve receber primeiros jovens infratores, em São José

Leandro Lima disse que a instituição está calculando os prejuízos após a rebelião. Houve depredação de vasos sanitários. O tumulto começou por volta das 19h30min quando dois adolescentes pediram atendimento médico. Segundo Lima, um deles chegou a comer três refeições e depois provocou vômito para ser encaminhado ao hospital. Nesta oportunidade, demais infratores começaram uma rebelião enquanto outros aproveitaram para escapar. Dois monitores ficaram feridos, e um deles chegou a ser algemado durante o tumulto.

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Controle

Segundo o tenente-coronel Emiliano Guesser, comandante do 7º Batalhão da Polícia Militar em São José, o Batalhão de Choque foi acionado e conteve a rebelião com balas de borracha. Esta é a primeira rebelião depois da inauguração do Centro, em outubro deste ano. Leandro Lima disse não entender as razões que levaram os adolescentes a fugir, pois o local não está com lotação e é considerado um centro moderno.

No local estavam internados 28 adolescentes, os demais foram liberados para o Natal. Por volta das 23h a PM fazia a contagem dos internos. O Case foi construído nas margens da BR-101, em São José, no mesmo terreno em que funcionava antigo São Lucas, unidade marcada por denúncias de violência, tortura, rebeliões e fugas.

Histórico

:: O CER São Lucas foi interditado em 17 de dezembro de 2010 e demolido em junho de 2011, após decisão da juíza Ana Cristina Borba Alves. Na época, uma ação do Ministério Público e uma série de inspeções de órgãos estaduais e federais concluíram que a estrutura não tinha mais condições e os internos sofriam com maus tratos e torturas praticados por monitores da unidade.

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:: Com investimento de R$ 12 milhões, o novo Case começou a ser erguido em março de 2013. São 8,4 mil m² cercados por muros de 5 metros de altura. Salas de aulas e profissionalizantes, teatro, ginásio, centro ecumênico, alojamentos, ambulatório, lavanderia, quadra de esportes, quiosques para visitas e horta compõe a estrutura.

:: São 98 vagas, sendo 70 para sentenciados, 20 para provisórios (que ficam por até 45 dias) e 8 ameaçados. Os jovens são separados por módulos, de acordo com a classificação. No caso dos internos, todos serão matriculados e assistirão aulas. A unidade também terá parceria com o Pronatec para profissionalização dos jovens internos.