A Metalúrgica Duque deve R$ 93,8 milhões aos seus credores, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira pelo administrador judicial da companhia, Anderson Onildo Socreppa, e encaminhado à 6ª Vara Cível de Joinville, onde o processo tramita. O valor, que soma as quantias devidas a trabalhadores, bancos, fornecedores e empresas parceiras, não leva em conta os créditos tributários.

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Em suas primeiras análises, a Corporate Consulting, empresa que fez um diagnóstico da metalúrgica e sugeriu o pedido de recuperação judicial, mas acabou abandonando o projeto de assumir a administração do negócio, estimou que a dívida total girasse em torno de R$ 180 milhões.

Além de tornar público o valor da dívida, a relação é responsável por especificar quem são as pessoas, empresas e órgãos que terão a responsabilidade de votar na assembleia geral que vai decidir a aplicação ou não do plano de recuperação judicial da companhia.

Quinze dias para as contestações

Segundo o relatório, os créditos trabalhistas da Duque somam quase R$ 6,8 milhões, sendo os diretores da companhia Mário Hagemann e Mário Eduardo Hagemann seus principais credores – eles têm direito a receber, respectivamente, R$ 360 mil e R$ 81,2 mil.

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Entre os credores com garantia real – que possuem alguma promessa de pagamento, seja por meio de uma hipoteca ou um penhor, por exemplo -, os bancos Itaú e Mercantil somam os maiores valores. Com o Itaú, se levado em conta que a instituição também é credora da MH Administração e Participação Ltda. – a acionista controladora da Duque -, a dívida ultrapassa os R$ 25 milhões.

Na terceira categoria de dívidas divulgadas ontem, os créditos quirografários, está a maior parte da dívida da metalúrgica: R$ 51.345.489,50. Nesta classificação, estão credores como o Banco do Brasil, o HSBC e empresas parceiras, como a Whirlpool e a Electrolux.

Com a publicação da lista, os credores terão agora 15 dias para procurarem o administrador judicial e apresentar suas contestações. Após este período, uma nova relação deve ser divulgada, levando em conta as objeções e novos credores que eventualmente forem habilitados.