O vento e a areia fofa da praia da Atalaia formam combinação mais que suficiente para apimentar as disputas de Vôlei de Praia dos 54º Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), que começaram ontem. A competição é marcada por curiosidades. Penha, por exemplo, só participa dos Jogos na modalidade. Outro fato inusitado é que das 25 cidades classificadas, 16 não têm praia, entre elas Blumenau, Guabiruba, Pomerode, Seara, Jaraguá do Sul e Braço do Norte. Sem essa condição, os desafios das duplas aumentam nas arenas montadas em Itajaí.
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As meninas de Pomerode, Natália Nascimento Chinelato, 16 anos, e Darlaine Gamba, também 16, sentiram na pele as dificuldades de sua primeira participação nos Jasc. Além da falta de experiência, a mudança de piso aumenta os desafios da jovem dupla.
– Somos atletas de quadra e treinamos na areia. Mas o vento, o sol e a areia dificultam muito. É bom e ruim, mas é difícil de se acostumar – dizem.
Quem também enfrentou complicações foi a dupla de Balneário Piçarras, Amanda Panariello, 21 anos, e Greicy Kelly Wilde, 15. Apesar de ter a quadra pertinho de casa, as duas são atletas do vôlei de quadra e estrearam na modalidade de praia nos Jasc 2014.
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– Vôlei de praia é inteligência, raciocínio, não é força e também depende de menos pessoas. O tempo e as regras são totalmente diferentes da quadra. Viemos para participar, ter uma experiência nova – relata a dupla, que perdeu o primeiro jogo para Itapema.
A distância do mar não é empecilho para os atletas. Mesmo sem litoral, Blumenau tem tradição na modalidade. Entre as mulheres, por exemplo, a cidade detém seis títulos e é a maior vencedora dos Jasc.
Desafios na quadra
Para equilibrar as diferenças na areia da praia e diminuir o cansaço, alguns atletas precisam treinar em dobro, como é o caso de Bruno Schmitt, 22, e Ademilson de Oliveira, 27, de Jaraguá do Sul. E mesmo com exercícios diários os dois admitem que levaram sufoco no primeiro jogo, quando venceram a equipe de Chapecó por 2 sets a 0.
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– A principal diferença é a areia. Onde a gente treina, em Jaraguá (do Sul), é bem ralinho. Aqui a passada é diferente, muda muito em função do ambiente – explicam.
A dupla de Braço do Norte, Ricardo Ferreira, 39, e Pedro Baschiroto, 19, considera o vento um dos fatores que mais dificulta a partida, principalmente porque os dois treinam em quadra de areia fechada.
– O vento é tão desafiante quanto o adversário. Até nos acostumarmos leva um tempo e isso influencia bastante, principalmente na hora de atacar – avaliam.
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Foto: Marcos Porto | Areia fofa, calor e vento são principais desafios
Modalidade reúne grandes nomes do país
A modalidade é marcada pelo alto nível técnico. Quatro atletas que pisam na areia da praia da Atalaia foram convocados este ano pela Confederação Brasileira de Vôlei: Thiago Barbosa, que joga por São José; Daniel Zefferino Lazzari, de Joaçaba; Alisson Cittadin Francioni, de Itajaí, e Brian Charles da Rosa, que representa Brusque.
Thiago Barbosa faturou o circuito nacional da modalidade no fim de semana passado e já estreou com vitória nos Jogos Abertos. A dupla de São José, formada ainda Sérgio Rodrigues, o Ceará – dono de 10 títulos na competição – venceu Guabiruba por 2 sets a 0. As partidas seguem até domingo.