Com as três principais pré-candidaturas ao Palácio do Planalto praticamente definidas, dirigentes se articulam para desembaralhar a disputa em Santa Catarina e garantir palanque – e votos – aos presidenciáveis.
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A presidente Dilma Rousseff (PT) é a que tem situação mais confortável no Estado para 2014. Pode ter o apoio do governador Raimundo Colombo (PSD), uma candidatura própria do PT ou ainda dois palanques, um do PSD e outro do PT.
– A prioridade das prioridades é a reeleição da presidente Dilma, mas ninguém hoje no PT defende uma aliança com o PSD em Santa Catarina. O desejo é de candidatura própria – fala José Fritsch, que comanda o PT em SC.
Sem lugar em nenhuma das alianças que envolvam Dilma, o PSDB trabalha para lançar candidatura própria, garantindo o apoio ao senador Aécio Neves (PSDB). O cenário vale também para uma possível – mas pouco provável – candidatura presidencial de José Serra (PSDB).
– Não há restrição a ninguém, com exceção do PT – fala o senador Paulo Bauer, presidente do PSDB de SC e pré-candidato ao governo. sobre as alianças no Estado.
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O cenário mais indefinido no Estado é o do PSB do governador Eduardo Campos. A legenda, que até então falava em apoio incondicional a reeleição de Colombo, agora sonha em um palanque com o PSD.
– Acreditamos que podemos ser o plano C do Colombo, temos certeza de que o PSB terá palanque forte em SC para apoiar Campos — fala o secretário-geral do PSB em SC, Gelson Albuquerque.
Apesar da reviravolta no cenário político no início de outubro, quando Marina Silva se filiou ao PSB e surgiu a possibilidade de ser vice de Campos, em SC as atenções estão voltadas para Colombo, que aparece na frente das pesquisas de intenções de voto. Mesmo com as discussões paralelas com siglas como o PP e o PMDB, o PSD fala abertamente do apoio a Dilma.
– Temos um compromisso moral com a presidente e vamos honrá-lo – fala o presidente do PSD de SC, o deputado estadual Gelson Merisio.
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Os peemedebistas catarinenses também estão alinhados a candidatura de Dilma, mas tem de definir que caminho vão seguir na disputa estadual. Podem se aliar ao PSD, lançar candidatura própria ou coligar com o PT. Na última quarta-feira, ao visitar SC, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) disse que, em Brasília, a proposta de aliança entre PSD, PMDB e PT “já não pode ser descartada”. A leitura, nos bastidores, é de que seria necessário uma intervenção da Executiva Nacional do PT no Estado para garantir a aliança entre petistas e pessedistas.
– Ninguém ganha uma eleição sozinho, não vamos concorrer sem uma aliança – afirma o vice-governador e presidente peemedebista Eduardo Pinho Moreira.
O PP de SC é outro que não tem a menor intenção de se lançar em voo solo em 2014. Considerando que a prioridade dos pepistas é a eleição majoritária, o PP trabalha para se aproximar cada vez mais ao PSD. Prova deste alinhamento é que Joares Ponticelli, que preside a Assembleia, assume o governo na semana que vem (8 de novembro), quando o governador e o vice estarão em viagens internacionais.
– Não há a menor possibilidade de o PP disputar a eleição sozinho: a nossa cota de aventuras neste milênio está encerrada – fala o deputado estadual Joares Ponticelli, licenciado da presidência do PP de SC.
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AS POSSIBILIDADES DE ALIANÇA
Aécio Neves (PSDB)
Opção 1
É a mais comentada. O PSDB desembarca da tríplice, lança candidatura própria e garante palanque para Aécio. O candidato seria o senador Paulo Bauer, que tem mandato em Brasília até 2019 e não tem nada a perder. Os tucanos argumetam que o PSDB não perdeu as últimas três eleições presidenciais
no Estado.
Opção 2
O PSDB se une ao PP, que indicaria o vice de Paulo Bauer ou ainda o nome para o Senado, viabilizando um palanque para Aécio. Haveria ainda a possibilidade – remota – de o PP indicar o cabeça de chapa. Entre os nomes ventilados estão o de Angela Amin e de Joares Ponticelli. Este cenário depende ainda de uma definição da Executiva Nacional do PP, que pode deliberar pela manutenção do apoio a Dilma Rousseff ou liberar o PP nos Estados para decidirem as alianças.
Opção 3
O PSD declara apoio a Aécio e o PSDB desiste de ter candidatura própria no Estado. Concretizada esta aliança, que é pouco provável, os tucanos têm a alternativa de indicar o vice ou o candidato a senador. Surge uma terceira via, com a entrada do PP, que também participaria da majoritária.
Eduardo Campos (PSB)
Opção 1
O PSB aposta em reviravolta no PSD. A hipótese mais comentada internamente é a de que Colombo deve desistir de apoiar Dilma e garantir apoio a Campos. A questão é encontrar uma alternativa para manter a aliança com o PMDB. Hoje o PSB ocupa quatro secretarias no governo Colombo.
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Opção 2
Sem apoio de Colombo, o PSB lança candidatura ao governo. Entre os nomes possíveis está o do deputado federal e atual secretário Paulo Bornhausen, que oficialmente nega interesse na disputa. Especula-se que a estratégia seria a mesma de 1994, quando Jorge Bornhausen se candidatou para dar palanque a FHC.
Opção 3
A aliança entre PP e PSB em SC não pode ser descartada, ainda que haja um grande interesse dos dois no PSD. Ponticelli e Amin já conversaram separadamente com Campos em algumas ocasiões – uma dessas conversas ocorreu logo depois da filiação de Marina Silva ao PSB. Neste cenário, o PP seria cabeça de chapa, com Joares Ponticelli ou Angela Amin.
Dilma Rousseff (PT)
Opção 1
O PSD garante palanque para Dilma. Isso não significa que a presidente não tentará ampliar o apoio, especialmente depois da união de Marina e Campos. Uma nova tríplice com PSD, PMDB e PT continua sendo defendida pelo senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e parece também ser o sonho do Planalto.
Opção 2
Apesar de ser pouco provável, neste cenário os petistas lançam candidatura própria e Colombo apoia outro presidenciável. Entre as alternativas de candidatura do PT estão o deputado federal Décio Lima e o ex-deputado federal Claudio Vignatti. A ministra Ideli Salvatti continua declarando que não quer concorrer ao governo, mas pode disputar o Senado se a aliança com o PDMB vingar. Outro nome é o do próprio Décio Lima.
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Opção 3
Com a mobilização do PT pela candidatura própria e a intenção de Colombo em apoiar Dilma, é possível que a presidente tenha dois palanques no Estado. Um seria o do PSD com o PMDB e o PP, o que isolaria o casal Amin. O outro palanque viria do próprio PT, que também poderia buscar o PMDB.