Depois do prazo de 90 dias ter se encerrado e o Centro de Educação Infantil Recanto dos Querubins, do bairro Costa e Silva, ainda não ter apresentado um cronograma de obras ou uma solução para diminuir o barulho, o vizinho que reclamou da situação, a direção do CEI, pais de alunos, Fundema e até membros do Conselho Tutelar se reuniram para tentar estabelecer um acordo na tarde de quinta-feira.
Continua depois da publicidade
O vizinho aceitou que o prazo seja estendido por mais 30 dias, informou a Fundema. Caso não encontrem uma solução, e por medo de novas ameaças, a direção da creche afirma que as portas correm o risco de serem fechadas.
– Nós tentamos um acordo. Precisamos de mais um tempo e pedimos ao reclamante um pouco mais de calma, porque nossas crianças precisam de um ambiente seguro e sem ameaça. Foi acordado que em 30 nós vamos apresentar o que será feito -, explicou a responsável legal do CEI, Patricia Aparecida Ronchi.
O CEI pertence à entidade social dos Querubins, que já atua em uma unidade no Jardim Sofia há 14 anos. A creche tem alvará de funcionamento e o projeto pedagógico foi aprovado pela Secretaria de Educação de Joinville.
Continua depois da publicidade
Mesmo com o prazo estendido, a Fundema aplicou uma multa por excesso de barulho no valor de R$ 4 mil.
– Caso o CEI apresente uma proposta que solucione este problema, esta multa pode ser revista. Ela pode ser reduzida ou até extinta. Nós vamos brigar por sua extinção. Mas dependerá do que diz a lei -, explicou o presidente da Fundema, Aldo Borges.
A direção da entidade, inclusive, já procurou um novo imóvel para a transferência da creche. Mas ainda é preciso avaliar se a nova casa está regularizada.
Continua depois da publicidade
– A primeira opção é achar uma solução aqui. Técnicos de som virão até o CEI para avaliar o que pode ser feito. Antes de qualquer construção, vamos atuar junto à Seinfra para confirmar se a obra pode ser executada. Porque não podemos investir em uma reforma para depois não ser legalizada -, explicou Patricia.
Desde outubro do ano passado, uma família registra denúncias na Fundema contra o CEI por excesso de barulho. A situação ficou mais delicada nesta semana, após um e-mail em tom de ameaça chegar até a Fundema. A direção da entidade chegou a registrar um boletim de ocorrência.
Após a polêmica, a família de um aluno já retirou a criança do CEI por medo. Outros pais pensam em tomar a mesma atitude, lamentou a diretora.
Continua depois da publicidade
Vizinho diz que não fez ameaça
Os vizinhos que denunciaram o barulho procuraram o jornal “A Notícia” e afirmaram que a reclamação enviada à Fundema foi interpretada de maneira equivocada. A ameaça não teria sido realizada. Em carta, o homem de 38 anos afirma:
– Eu disse que dá vontade de fazer justiça com as próprias mãos e não que iria fazê-lo. Além do que isto é muito vago e pode ter muitos significados (…).
Ele informou que o propósito era chamar a atenção das autoridades e foi o único meio que encontrou.
O denunciante ainda informou que passa por tratamento psicológico e que sua mãe teve um princípio de infarto no ano passado por causa do estresse causado pelo barulho do CEI.
Continua depois da publicidade
Sobre o e-mail em que fala de métodos norte-americanos, o morador afirma que na reclamação há uma interrogação no fim da frase, o que significa uma pergunta à Fundema, e não uma ameaça.
As reclamações
E-mails enviados à Fundema
“Quer dizer que só hoje que o sr. presidente da Fundema esteve no local é que perceberam que têm que fazer adequações? Eles não tinham que ter feito isso nos 130 dias de prazo que foi dado a eles? (…) estou muito indignado com o descaso da Fundema !!!! Hoje era pra vocês vim ver como estava a obra !!!!!! Dá vontade de fazer justiça com as próprias mãos , haja visto a incompetência dos órgãos de fiscalização !!!!! e como já disse não tenho medo de nada, nem de ninguém e nem da morte !!!!”
“Nenhuma providência foi tomada em relação ao protocolo 000420572013. O que estão esperando? A gritaria está insuportável! Será necessária providência no estilo norte-americano?
Continua depois da publicidade