Em outubro de 2009, ao mostrar fotos de pedofilia oriundas de investigação policial no plenário da Assembleia Legislativa, o deputado Kennedy Nunes (PSD) conseguiu em 24 horas aprovar um projeto de lei engavetado há três anos que previa o cadastro dos frequentadores de lanhouses. Pedófilos na mira da polícia costumavam acessar computadores nesses estabelecimentos.

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Hoje, oito anos depois, o combate é muito mais desafiador para se identificar, prender e punir criminosos envolvidos em pornografia infantil diante dos inúmeros aplicativos e dispositivos disponíveis. Talvez seja por isso que a Operação Glasnost (transparência em russo) mereça o reconhecimento da sociedade. A ação nacional da Polícia Federal foi desencadeada nesta terça-feira contra a exploração sexual de crianças e o compartilhamento de pornografia infantil na internet.

A PF conta com equipe especializada em apuração cibernética sediada em Brasília. Há representantes nos Estados, entre eles Santa Catarina, onde os federais também cumpriram buscas e fizeram apreensões de material com suspeitos. São apurações de delitos pesados, chocantes e tratados como monstruosos. Em Curitiba, ao dar detalhes do trabalho, a PF revelou que médicos, professores e idosos estavam entre as pessoas presas. Ou seja, não há distinção de classe social envolvida com um crime tão horrendo.

Infelizmente, as notícias são de que até bebês seriam vítimas dos abusos.Fontes policiais recomendam às pessoas que denunciem diante de suspeitas, afinal esse crime pode estar dentro de casa e não apenas nas ruas ou lugares desconhecidos. Também são necessárias vigilância constante sobre computadores e redes sociais, políticas sérias e rígidas de rastreamento das operadoras, fortalecimentos de investigações policiais e leis duras contra aberrações humanas.

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