O turbilhão de desconfianças que paira sobre a Petrobras – acentuado pela prisão de Paulo Roberto Costa e pela demissão de Nestor Cerveró, ambos diretores envolvidos na compra da plataforma de Pasadena -, ganhou mais um componente neste sábado. Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, Dilma Rousseff aprovou um contrato semelhante ao da refinaria norte-americana. Isto é: com uma cláusula chamada de Put Option, que obriga um dos sócios a comprar o restante das ações em caso de discordância entre as partes envolvidas.
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Na ocasião, em 2007, a presidente ocupava os cargos de ministra da Casa Civil e de presidente do Conselho de Administração da Petrobras e concordou com a compra da refinaria japonesa Nansei Sekiyu (de Okinawa) – aquisição comandada, na época, pelo mesmo Nestor Cerveró. Dilma justificou a compra com base em um resumo elaborado pela diretoria internacional da Petrobras. Na última terça-feira, Dilma havia dito que, se soubesse das cláusulas no contrato de Pasadena, não teria fechado o negócio.
Sobre a compra da refinaria japonesa, a presidente justificou que “a aquisição estava alinhada com a estratégia geral da companhia (…) no que se referia ao incremento da capacidade de refino de petróleo no exterior” e ressaltou que “a refinaria detinha uma vantagem (…) por possuir um grande terminal de petróleo e derivados”.
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Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli citou o contrato da refinaria de Okinawa como exemplo de que o Put Option era comum nos contratos da empresa. Ainda de acordo com o Estadão, a Petrobras anunciou em 2013 que a refinaria japonesa teria um comprador. Com a licença de funcionamento da unidade vencida, porém, o negócio não foi adiante. A estatal pretende se desfazer da refinaria para dar gás ao caixa e dar conta do plano que prevê investimentos de US$ 236,7 bilhões entre 2013 e 2017.
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