A presidente Dilma Rousseff convocou na tarde desta quinta-feira o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, para esclarecer o ataque sofrido por senadores brasileiros na Venezuela mais cedo. A informação foi repassada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta tarde, após conversar com o ministro por telefone.

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O microonibus dos senadores Aécio Neves (PSDB), Aloizio Nunes (PSDB), Cássio Cunha Lima (PSDB), Ronaldo Caiado (DEM), Agripino Maia (DEM) e Sérgio Petecão (PSD) foi cercado por manifestantes pró-Maduro em um congestionamento em Caracas.

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Cunha interrompeu a sessão por cinco minutos para conversar com o chanceler e cobrou dele um posicionamento oficial do governo brasileiro.

– Solicitamos uma posição oficial do governo e garantia de integridade deles – disse Cunha.

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O presidente da Câmara a afirmou que constituiria uma comissão de deputados para conversar com o chanceler.

– Essa presidência e, obviamente, esta Casa não concordam com nenhum tipo de agressão ou qualquer tipo de retaliação a qualquer – afirmou Cunha.

– Vou entrar em contato com Renan (Calheiros, presidente do Senado). A ação originária será deles. Vamos nos associar a qualquer tipo de reação.

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O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que a presidente Dilma Rousseff já está em contato com o governo venezuelano. O líder da Minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE), cobrou que o governo chame de volta seu embaixador na Venezuela.

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O plenário da Câmara dos Deputados aprovou moção de repúdio ao tratamento dado à comitiva em missão oficial. A moção foi aprovada por unanimidade em votação simbólica.

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Pelo Twitter, o senador Aécio Neves se pronunciou sobre o fato:

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A visita dos parlamentares brasileiros à Venezuela foi considerada pela deputada Maria Corina Machado, oposicionista a Maduro, “um gesto histórico”.

– O governo da Venezuela não quer que o mundo conheça a nossa realidade de perseguição da imprensa e separação dos poderes – disse.

O clima na chegada dos parlamentares brasileiros a Caracas foi de muita tensão. O comboio de carros que acompanhava os senadores chegou a ficar parado no trânsito.

*Estadão Conteúdo